I SÉRIE — NÚMERO 12
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Professor Coordenador da Oficina Coreográfica da Escola de Dança do Conservatório Nacional, entre 1984
e 1998, colaborou ativamente com diversas companhias nacionais e no estrangeiro, merecendo especial
destaque a Companhia Rosas, de Anne Teresa de Keersmaeker (Bruxelas).
Em maio de 2010, assume a presidência do Organismo de Produção Artística (OPART, IP), que abandona
em janeiro de 2011, por não conseguir «(…) trabalhar sem sonhar».
São inúmeras as homenagens que recebeu em vida, destacando-se a de Grande-Oficial da Ordem do
Infante D. Henrique, em 1996, o Prémio Bordalo da Imprensa para o Bailado, em 1999, ou a Medalha
Municipal de Mérito – Grau Ouro da Câmara Municipal de Lisboa, em 2007, pela sua notável carreira.
Em todos os locais por onde passou, Jorge Salavisa — bailarino, coreógrafo, diretor — deixou uma marca
profunda de dedicação e entrega, própria do génio discreto, tímido e reservado que sempre foi — que bem
atestam os muitos tributos que a notícia do seu falecimento veio originar, de todos os quadrantes da sociedade
portuguesa.
O desaparecimento do Príncipe Salavisa — como foi bem retratado na peça Xtròrdinário, pelo Teatro
Praga, por ocasião dos 125 Anos do São Luiz Teatro Municipal, de que foi Diretor Artístico entre 2002 e 2010
e que conseguiu colocar no roteiro internacional — constitui uma enorme perda para Portugal.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo falecimento
de Jorge Salavisa, endereçando à sua família e amigos as mais sentidas condolências.»
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Secretária. Estão presentes, na galeria, familiares e amigos de Jorge Salavisa, a quem apresento também,
diretamente, as minhas condolências.
Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade, registando-se a ausência do CH.
Segue-se o Projeto de Voto n.º 337/XIV/2.ª (apresentado pelo PAN e subscrito por Deputados do PS) — De
pesar pela morte de Quino, que vai ser lido pela Sr.ª Secretária Deputada Lina Lopes.
Faça favor, Sr.ª Secretária.
A Sr.ª Secretária (Lina Lopes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:
«Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido por Quino, faleceu no passado dia 30 de setembro aos
88 anos na sua cidade natal, Mendoza, na Argentina.
Quino ficou mundialmente conhecido pela criação da personagem de banda desenhada Mafalda.
Frequentou a Faculdade de Belas Artes, tornou-se um autor de banda desenhada e, desde 1949, começou a
publicar as suas primeiras criações.
Nos anos 60, a personagem da Mafalda ganhou vida e foi publicada.
Mafalda, uma menina de seis anos da classe média argentina, serviu de veículo para Quino comunicar as
suas críticas perante injustiças sociais e as suas preocupações face ao futuro da humanidade e do planeta.
Mafalda e outras personagens de Quino tinham em comum o humor com que encaravam as realidades sociais
e políticas a nível mundial.
Mafalda veio a ser adotada por movimentos feministas argentinos, com a aprovação de Quino, e chegou a
ser utilizada em campanhas a favor da legalização do aborto. Já depois de Mafalda, Quino trabalhou ao
serviço de inúmeras causas, entre elas campanhas da UNICEF, da Cruz Vermelha e até do próprio Governo
argentino.
Quino tornou-se o autor de banda desenhada em língua espanhola mais traduzido e vendido de sempre.
Vendeu milhões de livros em todo o mundo e a sua banda desenhada está traduzida em mais de trinta
línguas. Mafalda, A Contestatária foi o primeiro álbum de Quino publicado em Portugal, em 1972.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de
Quino.»