I SÉRIE — NÚMERO 12
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para o guardarem durante cinco anos, vindo a ser utilizado nas eleições que ocorressem nesses cinco anos.
Portanto, seria possível mitigar alguns dos custos. Só em papel cada eleição custa-nos mais de um milhão de
euros, portanto, quando começarmos a fazer as contas, ao fim de uns anos, provavelmente, a questão dos
custos não seria a mais relevante nesta matéria.
Finalmente, em relação ainda à questão do alargamento de mesas, como eu já tinha dito, o que está
previsto são mais 13 965 pessoas. São estas as contas, está perfeitamente identificado o número de mesas a
mais que é preciso e quantas pessoas são necessárias. E é com base nesses números que fizemos os
cálculos do ponto de vista orçamental. Propusemos ao Ministério das Finanças quatro cenários de custos, em
função do nível de pandemia e em função das soluções que a Assembleia da República venha a aprovar nesta
matéria, portanto os custos estão todos assegurados na perspetiva da realização dos atos eleitorais.
Deixo ainda uma palavra sobre a transparência do processo do voto antecipado para as pessoas que estão
em confinamento. Chamo a atenção que é possível a existência de delegados. Enfim, as candidaturas têm os
seus delegados, acompanham o Sr. Presidente da Câmara ou quem o substituir, tal como as forças de
segurança, e vão aos sítios. Portanto, a ideia da «chapelada nos lares», que o Sr. Deputado Telmo Correia
referiu,…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não disse nada disso! Não me atribua expressões que eu não disse!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna: — A expressão é minha, mas a sua ideia, no fundo, é a de o processo não corresponder à veracidade…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O que têm é um segundo pensamento!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna: — Sr. Deputado, eu diria é que em qualquer uma das propostas em discussão esse assunto ficaria, no fundo, protegido pela circunstância de
haver delegados das candidaturas. Portanto, o que me parece é que para que houvesse uma situação de
inverdade no voto teria de haver um conluio entre as forças de segurança, o presidente da câmara ou quem o
substituir, os delegados das respetivas candidaturas. Enfim, eu diria que teria de haver muita convergência de
vontades para que houvesse uma simulação do voto.
Para finalizar, Srs. Deputados, diria que o Governo cumprirá, obviamente, o que for decidido por esta
Assembleia, tem condições para executar qualquer uma das soluções que vier a ser encontrada — enfim, com
as limitações que referi — e, do ponto de vista orçamental, terá também condições para a execução, de
maneira a que as eleições se desenvolvam naturalmente.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.as e Srs. Deputados, para encerrar este debate, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Secretários de Estado: Penso que o debate e a manhã foram particularmente produtivos. O debate potestativo justificava-se devido à
urgência. A forma como o debate decorreu mostrou que ele é rico, abrangente e identifica problemas para
todos. Terá feito a felicidade de quem tem no direito eleitoral um hobby ou uma paixão, mas, acima de tudo,
terá produzido um resultado positivo para os cidadãos, porque desta reunião e deste debate encontramos
soluções consensuais, que teremos ainda de trabalhar e que apontam um caminho.
Diria que há um consenso alargado em que são necessárias medidas para a COVID e, nesse aspeto,
teremos eventualmente de redigir algumas normas adicionais para garantir a proteção sanitária, discutir a
questão do alcance geográfico das medidas e ver se é possível encontrar um equilíbrio, indo um bocadinho ao
encontro da sugestão do PSD, mas sem pôr em perigo a exequibilidade do voto. Teremos também de verificar
a questão de outros meios de inscrição que não a plataforma online — mas penso que, também aí, apesar das
dificuldades, alguma reflexão poderemos pelo menos fazer — e, acima de tudo, ponderar também questões