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I SÉRIE — NÚMERO 18

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Portugal na resposta à crise, o Governo engana-se. A nossa crise não é política. O Governo não cai nem se

levanta. A nossa crise é que, se não reforçarmos o SNS, caímos todos. A nossa crise é que, se não cuidarmos

de travar a segunda vaga de despedimentos, todos sofremos. É por isso que o Bloco de Esquerda apresentou

e insiste em propostas estruturais para a saúde, para o emprego, para a segurança do povo e para a banca.

Gosto de ouvir todos falar em responsabilidade e bom senso enquanto nos pedem que enterremos a

cabeça na areia, como o tal avestruz, fingindo não ouvir, fingindo não querer ver, fingindo não querer saber,

fingindo não entender nada. Não faremos isso. Não o faremos, porque temos o mandato de não deixar

ninguém para trás.

Mas fica aqui o nosso compromisso: se houver o bom senso de reforçar o SNS, se houver a razoabilidade

de proteger quem está aflito no desemprego e na miséria, se houver o bom senso de protegermos o Estado da

pilhagem financeira, então, teremos, com certeza, um bom Orçamento para 2021.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, a Mesa regista dois pedidos de esclarecimento, um da Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos e o outro do Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira.

Como pretende responder, Sr.ª Deputada?

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Responderei em conjunto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem, então, a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros e Sr.as Ministras, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, toda a sua intervenção, no tom em que a fez, como todo o conjunto de

intervenções, números, gráficos, esquemas, que o Bloco de Esquerda tem apresentado em todos os meios

possíveis que consegue, com grande insistência e drama, nas últimas semanas,…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não tanto como o Governo!

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — … não explicam e muito menos justificam, desde logo porque são claramente desmentíveis, a posição do Bloco de Esquerda na votação de amanhã da proposta de Orçamento

do Estado para 2021, na generalidade. E, Sr.ª Deputada, se uma imagem vale por mil palavras, a imagem do

Bloco de Esquerda para o País na votação de amanhã é só uma: o Bloco de Esquerda vai levantar-se,

sozinho, ao lado de toda a direita do Parlamento — do PSD, do CDS, da Iniciativa Liberal e do Chega —, para

votar contra uma proposta de Orçamento que ninguém, concordando ou discordando da mesma, consegue

negar que reforça o papel do Estado social, o papel do Estado na resposta à crise e à pandemia.

Aplausos do PS.

Até o Deputado André Coelho Lima, se dúvidas houvesse, diz que o PSD está de acordo, neste

Orçamento, com as medidas de «amparo aos mais vulneráveis». E nesta palavra, «amparo», Srs. Deputados

do PSD, está tudo o que nos separa da direita neste Orçamento.

Aplausos do PS.

Mas amanhã, Sr.ª Deputada, na votação desta proposta de Orçamento do Estado, o Bloco de Esquerda

será o único partido a levantar-se ao lado de toda a direita que vai votar contra o Orçamento do Estado,

porque é, de novo, contra o aumento do salário mínimo, no pressuposto de que, e cito a direita, «é muito pior

estar no desemprego do que viver com 400 ou 500 €», na defesa, diz o Bloco de Esquerda, do «reforço do

salário mínimo», que esta mesma proposta de Orçamento do Estado assume como central na política de