I SÉRIE — NÚMERO 19
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disponível dos portugueses, em que se atingiu o primeiro excedente orçamental da democracia, o que
demonstrou que os resultados não só eram positivos, como sólidos e sustentáveis.
Foi um caminho percorrido de recuperação económica do País, que contribuiu para a melhoria de vida dos
portugueses e para o prestígio internacional de Portugal.
Sr.as e Srs. Deputados, no início deste ano, o surgimento da COVID-19 lançou, subitamente, o mundo numa
crise de saúde pública e numa crise económica e social sem precedentes.
Prevê-se que, depois de um crescimento de 2,2% em 2019, a economia portuguesa contraia cerca de 8,5%
neste ano, uma redução da atividade económica semelhante, aliás, ao que se espera para a Europa.
Simultaneamente, antecipa-se um agravamento da taxa de desemprego de 6,5%, em 2019, para 8,7%, neste
ano.
Esta queda da atividade económica constitui uma ameaça ao rendimento dos portugueses, em particular dos
que, por causa da pandemia, perderam o emprego ou tiveram uma queda acentuada da atividade.
Sr.as e Srs. Deputados, neste contexto, os quatro grandes desafios imediatos que o País enfrenta são:
enfrentar a pandemia, recuperar a economia, proteger o emprego e proteger o rendimento dos portugueses.
Por isso, o Orçamento do Estado para 2021 está construído em torno destas quatro grandes prioridades.
A primeira prioridade é a de ajudar o País a enfrentar a pandemia, através do reforço do SNS (Serviço
Nacional de Saúde) e de outros serviços públicos.
Aplausos do PS.
O Orçamento do Estado para 2021 prevê um enorme aumento do orçamento do SNS, de 1200 milhões de
euros, face a 2020.
Para combater a pandemia e reforçar o investimento, o OE (Orçamento do Estado) inclui um valor próximo
dos 500 milhões de euros dos novos fundos europeus, dos quais 220 milhões de euros são para testes, vacinas
e equipamentos de proteção individual, financiados pelo REACT-EU (Assistência à Recuperação para a Coesão
e os Territórios da Europa).
Prevê-se, para 2021, um reforço muito substancial do número de profissionais, com a contratação de mais
4200 profissionais, em termos líquidos, para o SNS e de mais 260 trabalhadores para o INEM (Instituto Nacional
de Emergência Médica).
Inclui, ainda, um grande reforço de verbas para investimento no sistema de saúde, prevendo-se o
investimento no equipamento e no alargamento da rede de cuidados de saúde primários, a expansão da Rede
Nacional de Cuidados Continuados, a construção de novos hospitais e a atribuição de um subsídio de risco para
os profissionais de saúde.
Aplausos do PS.
A saúde é, portanto, uma das grandes prioridades deste Orçamento.
Este OE tem, também, como prioridade, o reforço na área da educação. A pandemia veio acentuar as
necessidades de recursos e de profissionais nas nossas escolas. Por isso, o OE para 2021 responde com um
ambicioso programa de digitalização das escolas, num valor de mais de 400 milhões de euros, não só para
melhorar a aprendizagem, mas também para assegurar a continuidade da aprendizagem, no contexto da
pandemia.
Responde, também, com a contratação de mais 3000 assistentes operacionais para as nossas escolas, a
par do reforço de docentes, para ajudar a recuperação de aprendizagens, que se tornou premente devido à
pandemia.
Sr.as e Srs. Deputados, a segunda grande prioridade deste Orçamento do Estado é a recuperação da
economia portuguesa.
Do lado fiscal, preveem-se três medidas principais que contribuem para a dinamização da procura interna e
da economia e que colocam, em 2021, mais 550 milhões de euros na economia e nos bolsos dos portugueses:
a redução das retenções na fonte de IRS (imposto sobre o rendimento das pessoas singulares), em 200 milhões
de euros; a redução do IVA (imposto sobre o valor acrescentado) da eletricidade em 150 milhões de euros; a