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21 DE NOVEMBRO DE 2020

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diferente, embora o agravar da situação possa justificar medidas mais restritivas, como confinamentos

compulsivos ou o encerramento de determinados estabelecimentos.

Mas são, sobretudo, medidas que visam reduzir o risco de contágio e prevenir infeções e, com isso, salvar

vidas humanas. Não estamos a suspender a democracia ou o núcleo essencial de direitos fundamentais, mas a

equilibrar a liberdade e a segurança, a liberdade e o bem-estar de todos.

Não vou aqui discutir as medidas que esta renovação permite ao Governo adotar. É ele que, em cada

momento, tem de tomar as decisões que se impõem, num contexto muito difícil que nos deve unir e que dispensa

exercícios populistas e inúteis de treinador de bancada.

Aplausos do PS.

Tenho plena confiança de que o Governo saberá usar estes poderes ampliados com ponderação e

proporcionalidade.

E o Parlamento aqui estará, como sempre esteve, para cumprir a sua missão de escrutínio democrático, tal

como aqui está hoje e aqui estará sempre para participar ativa e democraticamente neste esforço coletivo de

luta contra a pandemia, por mais duras que nos pareçam as medidas e por mais legítimas que sejam as dúvidas

que temos perante a incerteza em que todos vivemos.

Isto porque nunca podemos fugir à nossa responsabilidade de tomar decisões para proteger a vida, a saúde

e o bem-estar da comunidade que servimos.

É neste quadro de uso limitado, ponderado, gradual, diferenciado e proporcional dos poderes permitidos pelo

estado de emergência ao Governo que hoje votamos a favor da sua renovação.

Vamos fazê-lo com a confiança de que a necessidade deste estado de emergência terminará no dia em que

vencermos, juntos, esta que é a batalha das nossas vidas.

Vamos fazê-lo com a certeza de que vai deixar de ser necessário no dia em que recuperarmos a normalidade

daquela que era a nossa vida.

Não tenhamos, nunca, ilusões: este objetivo, que todos esperamos alcançar em breve, não depende apenas

da ciência, do Governo e das instituições, nas quais devemos continuar a depositar toda a nossa confiança,

depende também de todos e de cada um de nós.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Informo que já temos quórum para proceder às votações, pelo que peço que seja agilizada rapidamente a saída de alguns Deputados do Hemiciclo, dado que estão em número excessivo, e até

porque convém ensaiarmos hoje, se possível, as condições em que vamos passar a funcionar a partir da próxima

segunda-feira.

Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Social Democrata vai votar favoravelmente o projeto de decreto do Sr. Presidente da República, o qual renova, por

mais 15 dias, o estado de emergência que permitirá ao Governo apresentar as medidas necessárias para

combater a pandemia.

Mais uma vez, como fizemos desde março, o PSD coopera com o Presidente da República e com o Governo

para salvar vidas e garantir o futuro dos portugueses.

Fazemos a nossa parte, no limite das nossas capacidades e das nossas competências. Por isso, estamos

em condições de exigir que o Governo faça o que tem de ser feito nestes tempos excecionais.

Assim, temos duas exigências a fazer hoje.

A primeira é a de que o Governo seja claro, coerente e politicamente honesto. Nos últimos dias, o Primeiro-

Ministro assumiu que a comunicação das medidas pelo Governo é defeituosa. Estamos de acordo: é defeituosa

e é também incompreensível.

Como hão de os portugueses, que são obrigados a ficar em casa, limitados na sua liberdade de deslocação,

impedidos nos seus convívios sociais e familiares, compreender que o Governo não proíba ajuntamentos sociais

de centenas de pessoas?