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I SÉRIE — NÚMERO 21

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Para uns, ditam-se proibições; para outros, aceitam-se exceções!

Aplausos do PSD.

Milhões de portugueses estão bloqueados em casa e umas centenas de militantes comunistas estão em

alegre convívio congressista. Como se há de compreender esta discriminação? É certo que o Governo, nos dias

que correm, deve a sua sobrevivência política ao Partido Comunista — isso nós sabemos! —, mas, a nós, a

todos nós, o que nos interessa mesmo é a sobrevivência dos portugueses, das nossas empresas, do emprego

e dos serviços de saúde.

Aplausos do PSD.

O bom senso e, se tal já não existir, o dramatismo das infeções e das mortes, em número crescente nos

últimos dias, deviam fazer pensar os dirigentes do PCP que ninguém compreende a vossa obstinação, a vossa

prepotência e a vossa arrogância.

E, no Governo, haverá alguém que compreenda este silêncio cúmplice? Só esperamos que o Governo não

esteja a tentar alguma habilidade saloia, enganando tudo e todos, para não deixar que o PCP fique sem o seu

precioso congresso. Seria o cúmulo do ridículo! E o ridículo, como a pandemia, mata!

Aplausos do PSD.

Protestos do Deputado do PCP Jerónimo de Sousa.

A segunda exigência que fazemos é a de que o Governo pare com a sua cegueira ideológica. Uma pandemia,

Srs. Membros do Governo, não é uma ideologia!

O Serviço Nacional de Saúde, a quem cabem as primeiras e as principais respostas na prevenção e no

tratamento da pandemia, e bem, ficou incapacitado desde a primeira hora.

Os resultados são funestos e traduzem-se, para já, em milhares de mortes acima do que é normal e que o

Governo se recusa a explicar.

Felizmente, desde há muitos anos, a sociedade portuguesa tem sabido organizar-se, mobilizar-se e investir

e, hoje, Portugal dispõe de uma rede admirável de hospitais pertencentes às instituições de solidariedade, às

empresas e às cooperativas.

São estruturas excelentemente apetrechadas, algumas nunca utilizadas, como é, por exemplo, o caso de

uma estrutura hospitalar de elevada qualidade, que eu conheço, em Miranda do Corvo. Têm camas,

equipamentos e, sobretudo, profissionais de saúde disponíveis para apoiar. São vantagens — vantagens! —

com que os portugueses podem contar e que não podem ser desperdiçadas nos tempos difíceis que

atravessamos, mas o Governo, por inacreditável cegueira ideológica, tem desdenhado desses recursos. Até

agora! Até agora!… Até à chegada desta segunda vaga e quando percebeu, como dizia um dirigente importante

do Serviço Nacional de Saúde, que «o pior ainda está para vir».

Agora, o Governo, resignado, anda a correr atrás do tempo perdido. É o Governo a improvisar, e mal! Aqui

fica, em todo o seu esplendor, até onde a cegueira ideológica, a atuação descoordenada e a decisão imprudente

e desatempada do Governo nos têm levado.

De que é que o Governo está à espera para dialogar, pagando um preço justo, já se vê, para mobilizar todos

os recursos — públicos, privados e cooperativos — para curar as pessoas doentes COVID e não COVID?

Sr. Primeiro-Ministro, é difícil, é mesmo muito difícil, para não dizer impossível, o Governo comunicar bem

com os portugueses em tais circunstâncias.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.