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21 DE NOVEMBRO DE 2020

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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Depois, correu mal. Sabemos que pretende, agora, adotar um sistema de diferenciação com três níveis, uma ideia de semáforos.

Curiosamente, foi precisamente o que propusemos ao Governo e ao Sr. Primeiro-Ministro há mais de 15 dias,

mas o Sr. Primeiro-Ministro fez ouvidos de mercador.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Se nos tivesse ouvido, teria ganho tempo e eficácia. Mas o Governo não o quis fazer, e fê-lo com o beneplácito do Sr. Presidente da República, como tem feito

sempre, e com o apoio incondicional do maior partido da oposição.

No CDS, estamos conscientes da gravidade da situação e sabemos que não só estamos próximos de uma

rutura na medicina intensiva, como chegámos a um ponto em que temos números diários a rondar os 7000

contágios. Não nos pomos, por isso, com adornos ideológicos, quando sabemos que só com a responsabilidade

de todos é que poderemos, ainda, salvar milhares de vidas.

Refutamos o oportunismo populista e repugna-nos mesmo o aproveitamento sem escrúpulos da desgraça

alheia. Se a revolta e a indignação podem ser justas, o aproveitamento é uma vergonha!

Mas bem podem os bem-pensantes teorizar sobre o negacionismo dos populistas por esse mundo fora, de

Trump a Bolsonaro, e fazer as suas manifestações em plena pandemia, porque em Portugal o negacionismo é

de esquerda e o congresso do PCP é um bom exemplo.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Olha, outro!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Deputado, vi bem as semelhanças, hoje, no seu discurso. Se dúvidas houvesse, depois da Festa do Avante! ou do 1.º de Maio, bastaria ver a insistência, para perceber que a lei não

é igual para todos.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Mas agora vai ser com todas as regras, como é evidente; para os outros portugueses é que não!…

Protestos do PCP.

Uns têm de ficar fechados em casa ou fechar os seus estabelecimentos — nunca mais de cinco, quando

muito meia dúzia de pessoas —, e, mesmo sem estado de emergência, não puderam ir aos cemitérios visitar os

seus mortos. Outros podem reunir-se às centenas no fim de semana mais crítico da pandemia.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É uma vergonha!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Porquê? Porque são do PCP e o PS, cada vez mais, precisa dele para tudo, incluindo para aprovar o Orçamento do Estado.

Aplausos do CDS-PP.

Tudo o que se exigia era, ao contrário, um Governo capaz de tomar medidas justas, percetíveis, coerentes e

iguais para todos. E é assim que o Governo, independentemente do que venha a decidir amanhã, vai perdendo

o pé e a credibilidade.