24 DE NOVEMBRO DE 2020
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O PSD tem alertado, principalmente nesta fase de pandemia, para a necessidade do reforço das contratações
para o Serviço Nacional de Saúde, pois sabemos que essa é, verdadeiramente, a grande frente de combate às
doenças, sejam COVID ou não COVID.
E esta é uma importante mensagem para o Governo, cada vez mais aflito, desorientado e perdido. É que o
tempo não é de fingimento, é de salvar vidas. E é de salvar vidas a sério, porque já se perderam milhares de
vidas a mais e elas não podem ser números de estatísticas.
Para isso, precisamos de mais profissionais de saúde no SNS; precisamos de mais colaboração entre o SNS
e os restantes prestadores de saúde do sistema; precisamos de um Governo que saiba pôr os direitos básicos
do cidadão acima das suas mesquinhas conveniências partidárias e dos seus preconceitos ideológicos.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Por tudo isto, embora a redação da proposta possa levantar dúvidas, não somos um obstáculo à sua aprovação.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Portugal é um dos países da União Europeia que menos gasta em despesas extraordinárias de saúde para
responder à pandemia COVID-19. E isso ficou bem claro neste regime excecional de autonomia que o Governo
apresentou.
É preciso autonomia para contratar assistentes operacionais, enfermeiros, assistentes técnicos, técnicos
superiores, etc., e o Governo faz um microrregime, de um mês, para alguns médicos, de algumas
especialidades, se um dia eles quiserem aparecer.
É muito poucochinho para aquilo que o SNS precisa.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos, do PCP.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Acompanhamos, obviamente, a necessidade de as instituições que integram o Serviço Nacional de Saúde terem autonomia na contratação de
profissionais de saúde. Mas é preciso, para além dessa autonomia, assegurar direitos e valorizar estes mesmos
profissionais, para que optem por ficar no SNS.
Neste Orçamento do Estado, o PCP apresentou várias propostas nesse sentido, as quais teremos
oportunidade de debater.
É preciso contratar mais, é preciso assegurar essa autonomia para que as instituições possam contratar,
mas é preciso valorizar e assegurar os direitos dos profissionais de saúde.
Aplausos do PCP e do PEV.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, pelo Governo, o Sr. Secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz.
O Sr. Secretário de Estado do Tesouro (Miguel Cruz): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sobre esta matéria, e complementando a intervenção de há pouco do Grupo Parlamentar do PS, queria referir que foram
entregues, neste momento, por praticamente todos os hospitais, os respetivos Planos de Atividades e
Orçamento, onde esses hospitais definem quais são as necessidades permanentes que têm para o ano de 2021.
Numa discussão sobre aquilo que é excecional, tal deve ser trabalhado excecionalmente, mas, no entanto,
é bom termos a noção de que, neste momento, toda e qualquer entidade pode contratar, desde que as