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I SÉRIE — NÚMERO 24

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Mas, Sr. Deputado, recordo o Sr. Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, quando disse, em 2011, que o

País estava praticamente sem dinheiro para pagar salários e pensões e que o Governo que se sucedesse não

ia ter tempo para se sentar. Houve alguém que teve a honestidade de reconhecer a realidade.

Hoje, os senhores não conseguem perceber e, como não conseguem perceber, ao contrário daquilo que diz

o Governo, apresentam um Orçamento que não resolve os problemas. E não somos nós que o dizemos, o Sr.

Deputado deve ter consciência de que os portugueses já sentiram isso.

Este Governo não planeia, este Governo não antecipa, este Governo não percebe a realidade e, por isso,

sistematicamente, quer na esfera económica, quer na esfera da saúde, se limita a reagir, a ir atrás do prejuízo,

a tentar tapar os buracos que ele próprio vai criando.

E, aqui, algumas destas propostas refletem isso mesmo. Algumas das propostas que os senhores

apresentaram mereceram o nosso voto favorável — claro que mereceram —, mas, novamente, pecam por

tardias, porque um Governo que o queira ser, que tenha liderança, que tenha rumo, que veja o País como ele

é, vai sempre antecipando tudo, decide a tempo e horas e, automaticamente, a crise já não será aquela que,

infelizmente, todos estamos hoje a sentir.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Duarte Pacheco, na sequência da longa intervenção que fez, muito proclamatória, sobre esta matéria, gostaria de lhe deixar uma única pergunta, a si e

ao Grupo Parlamentar do PSD.

O Sr. Deputado acha mesmo que lidar com esta crise extraordinária que todos estamos a enfrentar, que lidar

com esta crise de saúde pública que se tornou uma crise económica e que tende a tornar-se uma gravíssima

crise social, é fazer o que o Grupo Parlamentar do PSD e o PSD, em geral, fizeram, que foi, na primeira hora de

votação, na generalidade, deste Orçamento, dizer «nós estamos fora, nós abandonamos os portugueses, nós

não estamos disponíveis para discutir o que quer que seja sobre este Orçamento»?!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Não, não!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Foi o que os senhores fizeram! O que o Sr. Deputado fez foi fazer parte de um grupo parlamentar que recusou, desde a primeira hora, contribuir para que o País tivesse um Orçamento, e um

Orçamento robusto, que combatesse esta crise difícil.

O que os senhores estão a fazer é fogo de vista. Andam a apresentar propostas, supostamente para o PS

aprovar, mas, depois, reprovam o Orçamento, votando contra as vossas próprias propostas. Ora, isto não é

sério, não é disto que Portugal precisa, não é isto que vamos fazer.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, quase me apetece fazer uma pergunta a este Plenário, Sr. Deputado: mas

a proposta de garantia dos serviços essenciais foi do Bloco de Esquerda?!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Foi!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — A proposta de garantia dos serviços essenciais é uma proposta do Partido Socialista!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não, não! É nossa!

O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Briga de família!