I SÉRIE — NÚMERO 25
46
Pela primeira vez, o PSD rompe também compromissos europeus, com consequências imprevisíveis. O PSD
prefere mesmo as parangonas dos jornais e o caos ao cumprimento dos contratos e compromissos, em nome
da destruição do País.
Desde 2016, devolvemos a credibilidade às finanças públicas e ao sistema financeiro, mas parece que há
quem se canse de cumprir.
Sabemos bem que a liderança do Dr. Rui Rio coloca o PSD a dizer tudo e o seu contrário. Sr. Deputado Rui
Rio, recentemente, foi confrontado com a pergunta: «Se se anulasse a transferência de verba para o Novo
Banco no Orçamento, o Sr. Deputado aceitava?» E o Sr. Deputado foi perentório: «Não, não aceito!» Está dito
por si, são palavras suas.
Por isso, o que fez aqui esta noite foi uma cambalhota — sem nome! — de irresponsabilidade.
Aplausos do PS.
Num dia, o Dr. Rui Rio considera que os contratos do Estado são para cumprir; no outro dia, rasga os
contratos. Num dia, jura fidelidade à Europa; no outro dia, aprova decisões que rompem com esses
compromissos.
A bomba atómica que lançou só pode servir um propósito: o seu desejo de criar uma instabilidade política,
esquecendo que, com isso, quem sofre e quem paga são os portugueses.
Aplausos do PS.
A direita é hoje, em Portugal, um somatório errático dos liberais, que advogam o desmantelamento do Estado,
e dos populistas, que fazem da exploração do medo o seu modo de participar na vida política esperando que,
da exploração dos descontentamentos, radique a sua força.
O que, até agora, eram franjas estão agora ancoradas no comportamento errático de um PSD que hesita
entre a sua matriz social democrata e a defesa de um Estado mínimo, um PSD que acusa o Governo, através
deste Orçamento, de dar tudo a todos e que, ao mesmo tempo, está disposto a aumentar a despesa de forma
descontrolada, como tão bem se viu nas votações na especialidade.
Volto a repetir: a votação desta madrugada, à 25.ª hora, rompe os compromissos assumidos pelo Estado
português no plano internacional e isso causa um dano reputacional muito grave a Portugal. A votação que os
senhores fizeram esta manhã acaba de declarar nulos os contratos e os compromissos assumidos com
Bruxelas, com o Banco Central Europeu e com os compradores do Novo Banco.
Para o Dr. Rui Rio, decidir é uma brincadeira ao sabor dos títulos dos jornais. Mas não estamos em tempo
de brincadeiras e o povo português não merece tal desrespeito.
Aplausos do PS.
Importa recordar que esta irresponsabilidade se junta ao facto de o PSD, recentemente, pela mão do Dr. Rui
Rio, se ter juntado à extrema-direita populista, que tem hoje um novo alvo: a estigmatização dos pobres, dos
mais vulneráveis, como se os pobres fossem pobres por escolha, como se os pobres fossem pobres porque
querem.
As soluções milagrosas que exploram o medo e a angústia são, na aparência, fáceis, mas falsas. Não
resolvem nenhum problema.
Por isso, mais do que nunca, a esquerda precisa de não se enganar no caminho e na companhia que escolhe.
Por isso, Sr.ª Deputada Catarina Martins, o Bloco de Esquerda não conta para a solução, mas para a pequena
confusão. Foi o Bloco de Esquerda que esteve ausente neste debate!
Aplausos do PS.
Esteve ausente neste debate, desertou nas respostas que o Orçamento tem, votou contra a dedicação plena
dos profissionais de saúde, que tanto tinha reivindicado, absteve-se na calendarização dos profissionais de
saúde, ignorou que havia um debate e que podia ter, para ele, contribuído.