5 DE DEZEMBRO DE 2020
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A disponibilidade de toda a informação num portal único, devidamente simplificada e com uma diferenciação
territorial, aumentaria a transparência, facilitaria a proximidade geográfica e a possibilidade de escrutínio dos
processos.
Importa simplificar a informação de modo a permitir um real envolvimento não só das instituições do Estado,
mas também da sociedade civil e das populações em geral, contribuindo para uma melhor utilização destes
fundos.
Para garantir a exigente implementação e funcionamento desta plataforma pública, propomos que se proceda
também a um reforço dos recursos humanos, tecnológicos e financeiros.
Estas caraterísticas, que são as características principais da proposta do Bloco de Esquerda, encontram-se
também nas propostas apresentadas quer pelo PS quer pelo PSD e até na proposta apresentada pelo Iniciativa
Liberal que, em sede de Orçamento do Estado, acompanhámos. Por isso, também as aprovaremos.
Essa aprovação, no entanto, não implica qualquer diminuição do nosso compromisso de continuarmos a
acompanhar aqui, com exigência e rigor, todas as fases do processo relativo aos fundos europeus.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — O projeto apresentado pelo Partido Socialista, que aqui discutimos, refere especificamente o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), mas, enquanto isso, o Governo
colocou esse mesmo Plano Estratégico em consulta pública só até, pasme-se, dia 11 de dezembro de 2020!
Coincidindo com a discussão do Orçamento do Estado e em plena pandemia, o Governo considera
suficientes escassos 26 dias para a análise de toda a informação que foi disponibilizada apenas no dia 16 de
novembro. Sobre transparência, comunicação e valorização da participação cidadã, estamos entendidos!
Para contribuir para ultrapassar esta situação, o Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução com
vista ao alargamento do prazo da primeira fase do processo de consulta pública do PEPAC e à capacitação de
pessoas e instituições que contribuam para diminuir os problemas ambientais e socioeconómicos que a sua
implementação tem causado em Portugal.
Estamos disponíveis para, em sede de especialidade, contribuir para a construção de uma proposta que
consensualize a melhor forma de responder à intenção que é comum: simplificar e tornar transparente a
alocação dos fundos europeus a Portugal.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Fabíola Cardoso (BE): — A proposta apresentada pelo Iniciativa Liberal pretende externalizar a criação e a manutenção deste Portal da Transparência. Propõe um concurso público para uma nova PPP
(parceria público-privada) que seria concretizada, e cito, «(…) através da celebração de contrato de aquisição
de serviços com uma entidade independente (…)», subentende-se, privada.
Não nos parece que seja esta a melhor forma de simplificar e garantir a transparência, pelo que não
acompanharemos a proposta do IL.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Leal, do PAN.
A Sr.ª Inês de Sousa Leal (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Discutimos hoje um conjunto de recomendações no sentido de assegurar uma gestão mais participada dos fundos europeus, as quais
acompanhamos na generalidade.
Vemos, porém, com muitas cautelas a questão da simplificação da gestão, uma vez que, sendo importante
assegurar a execução eficaz e célere destes fundos, não menos importante é a garantia de que essa gestão
não passa por cima dos limites impostos pela lei.