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I SÉRIE — NÚMERO 31

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Protestos da Deputada do PSD Lina Lopes.

Se quer contribuir, venha a jogo, não fique na sua capela!

Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.

Agradeço as vossas palavras, os vossos contributos.

A interseccionalidade, Sr.ª Deputada Sandra Cunha, obviamente que está no Programa do Governo. Não

está aqui especificada de uma forma particular, mas está em todas as políticas do Governo.

Quero dizer, portanto, que é fundamental a nossa convergência para a construção de uma sociedade mais

digna e decente, que não se alcança sem igualdade de oportunidade entre homens e mulheres.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para encerrar o debate, a Sr.ª Deputada Edite Estrela, do Grupo Parlamentar do PS.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As mulheres ganham menos do que os homens, realizando o mesmo trabalho. Baixos salários significam pensões mais baixas. O aumento do salário

mínimo é, pois, uma boa medida para ajudar a combater a pobreza no feminino.

As mulheres fazem três vezes mais trabalho doméstico não remunerado do que os homens. Por isso, muitas

mulheres são obrigadas a escolher entre serem mães ou progredirem na carreira. Apesar de haver mais

mulheres licenciadas e doutoradas do que homens, raramente elas participam na tomada de decisão política,

financeira ou económica.

As mulheres enfrentam maior risco de desemprego e mais obstáculos no acesso a empregos dignos. Com a

disseminação da inteligência artificial e da robótica, são as mulheres que correm o maior risco de perder o

emprego.

As mulheres são as principais vítimas de violência doméstica e as tecnologias digitais representam novos

espaços de violência. Segundo um estudo da ONU, 73% das mulheres em todo o mundo já sofreram violência

online.

Fez bem Cristina Ferreira ao chamar a atenção para o discurso do ódio contra as mulheres nas redes sociais.

A Sr.ª Elza Pais (PS): — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Só faltava agora!

A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Se antes a situação era muito desigual e injusta para a parte feminina da sociedade, com a pandemia tudo se agravou.

A crise pandémica afetou todas as pessoas mas, como diz o Secretário-Geral das Nações Unidas, António

Guterres, teve maior impacto nos mais fracos, incluindo nas mulheres.

Mulheres que estiveram na vanguarda da luta contra a pandemia; mulheres que tiveram de conciliar o

teletrabalho com o trabalho doméstico e com o apoio escolar aos filhos; mulheres que viram reduzido o seu

salário e perderam o emprego; mulheres vítimas de violência doméstica, que ficaram confinadas com o agressor.

Esta pandemia não afeta toda a gente da mesma forma. Qualquer pandemia, aliás, tende a acentuar as

assimetrias regionais e as desigualdades socioeconómicas.

O relatório da ONU revela que cerca de 60% das mulheres em todo o mundo estão agora «a ganhar menos,

a economizar menos e com maior risco de cair em situação de pobreza».

É preciso continuar a melhorar as leis e as políticas. A igualdade de género, para além de ser uma questão

de direitos humanos, é condição essencial para a realização dos objetivos de crescimento, emprego e coesão

social. Este é um problema de todos e não só das mulheres.