7 DE JANEIRO DE 2021
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O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Deputada. Para encerrar o debate, tem a palavra, em nome do Governo, o Sr. Ministro da Administração Interna,
Eduardo Cabrita.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos no início do ano 2021, um ano marcado por desafios.
Apesar de a vacina nos trazer esperança e apesar da mobilização de recursos económicos numa dimensão
única no quadro das decisões recentemente tomadas pela União Europeia, estamos confrontados com a
renovação de um quadro jurídico excecional, que visa responder a uma pandemia sem igual no quadro da
História moderna.
Estamos em estado de emergência desde 6 de novembro. Este é o quinto período em que a Assembleia da
República se reúne para apreciar um decreto proposto pelo Sr. Presidente da República, de cuja aprovação
resultará a adoção de um conjunto de medidas de execução, da responsabilidade do Governo.
Neste quadro, estamos numa batalha longa, em que temos de nos mobilizar pela coesão da sociedade
portuguesa em torno do Serviço Nacional de Saúde, em torno da defesa do direito à educação, em torno da
defesa da salvaguarda da economia, num campo em que temos ainda pela frente um desafio difícil.
Estivemos aqui ainda antes da primeira declaração do estado de emergência. Foi antes da primeira
declaração do estado de emergência que o Governo, logo em março, após a verificação do primeiro caso, no
dia 2 de março, tomou medidas tão difíceis e que tão necessárias se vieram a mostrar, como a do
encerramento das escolas, a da cerca sanitária de Ovar ou de limitação de atividade económica.
Voltámos a tomar, ao longo do verão, as medidas necessárias, sobretudo para combater aquela que era,
na altura, a situação verificada na Área Metropolitana de Lisboa, em estreita articulação com os municípios
desta região.
Neste momento, estamos confrontados com um decreto de características singulares, em que aquilo que
nos é proposto é uma semana de prorrogação de medidas para que, daqui a uma semana, possamos estar
aqui com mais informação científica, com melhor conhecimento do quadro verificado nos últimos tempos, a
tomar as decisões necessárias para as próximas semanas, tendo em conta o quadro deste tempo decisivo de
combate à pandemia.
Sim, Srs. Deputados, estamos de acordo de que são necessárias medidas de emergência, mas o estado
de emergência mostrou-se ser o quadro legal adequado para que o Governo pudesse, com a solidez jurídica
necessária e com o apoio que, hoje, voltará a ser reiterado pela viabilização por mais de 90% dos Srs.
Deputados, tomar as medidas necessárias que têm unido os portugueses em torno deste combate.
É por isso que, sim, as medidas são as necessárias, são as proporcionais, são as adequadas, tendo de ser
avaliadas regularmente aqui, pelo Parlamento, tal como, no quadro de avaliação, pela comunidade científica
naquilo que é a atualização permanente de informação que vamos tendo sobre um desafio que há um ano
nenhum de nós antecipava.
É por isso que, neste quadro de medidas necessárias, sim, Sr.ª Deputada Mariana Silva, é verdade que a
dimensão pedagógica foi sempre aquela que quisemos para a intervenção das forças de segurança, neste
quadro tão especial.
Sim, Sr. Deputado João Oliveira, as medidas são as proporcionais, visando garantir que estamos unidos
em torno dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, estamos unidos em torno da defesa de que as
novas gerações tenham direito à escola, tenham direito ao seu percurso de vida. É nesse quadro que
salvaguardamos a intervenção de todos.
Sim, Sr. Deputado Moisés Ferreira, estamos aqui unidos, mobilizados, na defesa do Serviço Nacional de
Saúde e as medidas que foram tomadas em novembro e em dezembro permitiram, aqui, mobilizar todos em
torno da salvaguarda de uma capacidade de intervenção que garantiu, sempre, a capacidade de resposta do
Serviço Nacional de Saúde, que permitiu, sempre, aqui intervir baixando os níveis de incidência de cerca de
1000 casos por 100 000 habitantes, em novembro,…
Aplausos do PS.