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14 DE JANEIRO DE 2021

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O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados, votamos, hoje,

a renovação do estado de emergência e podemos dizer, com clareza, algo que já é evidente para todos os

portugueses: o Governo não soube preparar-se para a segunda e muito menos para a terceira vaga da

pandemia.

Há alguns meses, António Costa dizia, e vou citar: «O País não aguentará um novo confinamento geral».

Há alguns meses, numa reunião do Infarmed, Marcelo Rebelo de Sousa disse: «Se não fizermos o trabalho

agora, pagaremos caro no inverno». E o inverno chegou. Chegou brutal nas suas consequências, sem que o

Governo estivesse preparado para aquela que seria uma tragédia previsível de mortes, de novos casos, de

novas infeções.

Falhámos em toda a linha, quando, em abril, maio e junho, dissemos que tivemos sucesso em toda a linha.

Hoje, podemos dizer que estamos pior no número de mortes por milhão de habitantes e que estamos pior no

número de novos casos. E o pior, podemos dizê-lo com vergonha, é que Portugal é dos países que gasta menos

no combate à pandemia no contexto da União Europeia.

Como é possível que o tal Governo que, neste momento, lidera a União Europeia seja dos que menos gasta

nas ajudas aos portugueses?!

Não reforçámos a saúde, não apoiámos os que estavam na linha da frente e deixámo-los sozinhos. Não

fizemos o planeamento alternativo que deveríamos ter feito. Foram milhões de consultas que não se realizaram,

milhões que ficaram por fazer, e foram milhões as operações adiadas que os portugueses continuam a exigir,

sem sucesso, a este Governo.

Quando já se sabia que a tragédia aí vinha, falhámos no controlo dos aeroportos e das entradas em Portugal,

nomeadamente da nova estirpe do vírus. E continuamos a olhar para o lado, perante uma tragédia que nos vai

entrando pela porta dentro.

Srs. Deputados, estamos em guerra. E numa guerra não podemos ter medidas erráticas — num dia, umas

e, noutro dia, outras —, não podemos propor apoios que nunca chegam e que nunca chegaram, desde março.

Não podemos dizer, num dia, que não vai haver confinamento e, noutro, que vai haver confinamento. Não

podemos ter eleições presidenciais completamente desorganizadas e um País a colapsar, enquanto olha para

este cenário.

Nós estamos em guerra. E os socialistas nunca souberam sequer gerir uma crise, quanto mais uma guerra!

Se alguma coisa nos ensina esta pandemia e se alguma lição poderemos levar desta pandemia é que Deus

permita que rapidamente a direita volte ao poder, em Portugal, para que possa finalmente dar a resposta que

Portugal precisa, que os portugueses exigem e que o contexto europeu mereceria que déssemos.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Se esta crise nos mostrou alguma coisa, Sr. Presidente, é que o PS já cá não

deveria estar, e se os portugueses forem novamente chamados, em breve, confiamos que deixe de estar.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr. Secretário

de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Antes de discutir a renovação do estado de emergência, é preciso afirmar,

sem tibiezas, que o Governo falhou no combate à pandemia.

Portugal tem, hoje, mais casos por milhão de habitantes do que países cuja situação pandémica sempre foi

olhada com desdém pelos arautos do milagre português: tem mais casos por milhão do que a Itália, do que a

Espanha, do que o Reino Unido e do que o Brasil. O Governo falhou.

Não houve competência na estratégia, consistência nos dados, cuidado na preparação, nem clareza na

comunicação. Houve propaganda, descoordenação e erros de casting. O Governo falhou.

Protestos de Deputados do PS.