14 DE JANEIRO DE 2021
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Hoje, é absolutamente evidente que se houve falha foi por defeito e que a adoção de medidas era
absolutamente indispensável, porque só o estado de emergência permitia a adoção de medidas eficazes.
Considerando até a exaustão do SNS e o número de contágios, como é que estaríamos se não tivesse havido
estado de emergência? Seguramente bem pior.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Aliás, é incompreensível e inaceitável a urgência de alguns partidos,
neste cenário de tragédia e de morte, na aprovação da eutanásia à pressa. Uma vergonha!
A Sr.ª Constança Urbano de Sousa (PS): — Não misture as coisas!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Na verdade, a situação é, de facto, de uma enorme gravidade.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Para que fique claro, entre os 193 membros das Nações Unidas, ou seja,
entre todos os países do mundo, neste momento somos o 7.º pior País do mundo em número de mortes por
COVID-19 por milhão de habitantes. E, nestes últimos dias, Portugal tem o 4.º pior registo mundial em termos
de novos casos de COVID-19, obviamente com reflexo na pré-rutura dos hospitais.
Não restam, por isso, dúvidas de que o estado de emergência é indispensável e o confinamento geral é
inevitável.
No meio de muitas dúvidas e opiniões especializadas, há uma certeza incontornável: enquanto a vacinação
avançar lentamente ao longo de todo o ano, só há uma forma eficaz de travar a propagação do vírus, reduzir o
número de contactos entre pessoas.
Esta é uma verdade indiscutível, como também é indiscutível que, quanto maior for o confinamento, maior
será o controlo e a redução da pandemia.
É por isso que a questão das escolas ou do pequeno comércio deve ser tida em conta nessa opção. Um
confinamento generalizado é pouco compatível com milhões de pessoas a circular diariamente, com transportes
públicos, etc.
De resto, convém lembrar que este Primeiro-Ministro — que aqui hoje não está — foi o mesmo que nos disse,
em julho, e vou citá-lo…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Dizia o Primeiro-Ministro, em julho passado: «O encerramento das escolas a 12 de março foi o essencial
para aplanar a curva epidémica». O que é que mudou? Nada! É certo que o argumento da aprendizagem pode
ter a ver também com a necessidade de apoios, designadamente para os pais com filhos menores, e as medidas
como o encerramento do comércio implicarão medidas de apoio económico que não poderão ser tão
burocráticas.
Termino mesmo, Sr. Presidente, dizendo que, neste momento, mais do que um «passa-culpas», o que nos
importa é exigir ao Governo que tenha a coragem de tomar decisões, de mudar de atitude,…
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … que opte pela firmeza em vez de hesitações e pela prudência em vez
da propaganda.
Mesmo que seja tarde, será a tempo de se evitar muitas mortes e de se salvar muitas vidas. Neste início de
ano, este é o nosso voto,…
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr. Deputado. Tem mesmo de concluir.