19 DE FEVEREIRO DE 2021
59
São essenciais as campanhas de respeito por todos os animais e de adoção de animais abandonados em
vez de serem comprados, mas o mais importante é ensinar as crianças e os jovens a respeitarem os animais,
optando pela transversalidade nas disciplinas.
Isto é essencial para que a mudança de mentalidades e de comportamentos aconteça, porque, Sr.as e Srs.
Deputados, não nos podemos esquecer de que o respeito que tivermos pelos animais dirá muito sobre nós
enquanto sociedade.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado André Ventura,
do Chega.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Governo falhou na distribuição dos
computadores e é por isso que estamos a discutir hoje a dedutibilidade fiscal dos computadores. Mas ouvir o Sr.
Deputado Nuno Sá dizer que não resolve nada trazer para esta Assembleia que quem já paga IRS não precisa
da ajuda de dedutibilidade fiscal ou é hipocrisia ou é uma grande falta de conhecimento, porque é o mesmo que
dizer à classe média que não tem direito aos mesmos computadores que têm os tais do escalão A e B, a quem
os senhores já os distribuíram.
Digo-lhe mais: a medida que o Sr. Deputado diz não fazer sentido em termos de dedutibilidades fiscais já
esteve em vigor, porque a Lei n.º 127-B/97 já previa esta situação! Esteve em vigor entre 2001 e 2003, com o
aval do Partido Socialista! Vá-se lá imaginar essa situação! Digo-lhe ainda mais, Sr. Deputado: em 2008, voltou
a estar em vigor esta medida, com o aval, imagine-se, do Partido Socialista!
Agora chega aqui e diz: «Isto não resolve nada, não vale a pena». Temos de olhar para os factos e ver o que
temos. A verdade é que não devíamos estar a discutir dedutibilidade fiscal, devíamos estar a discutir
investimento direto do Estado em matéria de distribuição de computadores.
Mas se isso não acontece, então que a tecnologia possa ser, pelo menos, dedutível no IRS de quem o paga.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. André Ventura (CH): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Vir dizer, Sr. Deputado, que podem ser deduzidos em despesas gerais, quando o Sr. Deputado sabe, como
eu sei, que o máximo de dedução é de 30% da coleta e de 800 € de limite geral, é gozar com quem trabalha!
Não fazendo publicidade a um programa que muito vemos na SIC, é, de facto, gozar com quem trabalha.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa,
do CDS.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Só gostava de não deixar o Sr.
Deputado Nuno Sá sem resposta. Teve tanto trabalho e dedicou-se tanto à minha intervenção que até acharia
indelicado não lhe dizer alguma coisa.
O Sr. Deputado diz que a medida que o CDS propõe é socialmente injusta porque prejudica os alunos mais
desfavorecidos. Gostava de o tranquilizar, porque, na verdade, aquilo que o Sr. Deputado disse e que o Sr.
Ministro da Educação disse ontem é que os alunos abrangidos pela ação social escolar, aqueles que, em
princípio, correspondem a agregados familiares mais desfavorecidos, já receberam os computadores. Já
receberam 100 000 e já vão receber 335 000 a seguir.
A sua preocupação, então, é que se favoreça aqueles que fazem parte de agregados mais favorecidos. Mas,
Sr. Deputado, se ponderarmos bem, entre uma dedução fiscal e oferecer a totalidade do valor de uma mochila
escolar, de computadores, de headphones e de acesso à internet, não sei muito bem qual é a sua preocupação.
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
Gosto muito que o Sr. Deputado se preocupe com estas clivagens, mas queria perguntar-lhe se também não
o inquieta pensar que quem paga estas mochilas são todos os contribuintes, aqueles mais ricos e aqueles mais
pobres. Se calhar, isto devia dar-lhe que pensar um bocadinho.