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12 DE MARÇO DE 2021

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Por último, Sr.ª Ministra, gostava também de lhe falar de florestas. O PDR das florestas está executado em

apenas 55%. Termino, deixando este número e perguntando o que é que o Ministério da Agricultura vai fazer

em relação a isto. Desde 2015, arderam, infelizmente, mais de 855 000 ha; em 2019, foram arborizados menos

de 2000 ha em todo o País, 273 ha com sobreiros, 73 ha com carvalhos…

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Com certeza, Sr.ª Presidente.

Como dizia, em 2019, foram arborizados menos de 2000 ha em todo o País, 273 ha com sobreiros, 73 ha

com carvalhos, 13 ha com castanheiros e 2 ha — apenas 2 ha! — com azinheiras. O que lhe pergunto é se vai

haver mais arborização e mais aposta nas florestas.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira,

do Grupo Parlamentar de «Os Verdes».

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: No

passado mês de fevereiro, Sr.ª Ministra da Agricultura, tivemos conhecimento da demissão do Presidente do

Conselho de Acompanhamento da Revisão da PAC. Na carta, que, aliás, é pública, onde o Prof. Francisco

Cordovil dá conhecimento do seu pedido de demissão, são evocadas duas razões essenciais: a primeira razão

prende-se com o desrespeito do direito de todos os cidadãos portugueses a serem ouvidos sobre as opções da

política agrícola e a segunda tem a ver com a falta de empenho efetivo na correção das iniquidades territoriais

e sociais da atual política agrícola.

Ora, nós sabemos que, atualmente, 7% dos beneficiários da PAC recebem cerca de 70% das ajudas,

havendo provavelmente um terço dos agricultores nacionais que nem sequer consegue aceder e beneficiar

dessas importantes ajudas.

Sabemos que os principais beneficiários dessas ajudas da PAC representam um modelo produtivo

industrializado e desumanizado, nada consentâneo, aliás, com o Pacto Verde Europeu e com a Estratégia do

Prado ao Prato.

Também sabemos, Sr.ª Ministra, que muito provavelmente foi a constatação de que não há vontade política

para alterar estas iniquidades territoriais e sociais que levou à demissão do Presidente do Conselho de

Acompanhamento da Revisão da PAC.

De qualquer forma, Os Verdes consideram que seria importante que a Sr.ª Ministra se pronunciasse sobre

esta matéria, sobre a demissão do Presidente do Conselho de Acompanhamento da Revisão da PAC e,

sobretudo, sobre os motivos que fundamentaram essa demissão. Mas também era importante, Sr.ª Ministra, que

nos falasse das medidas que estão a ser planeadas para inverter esta intolerável distribuição das ajudas da

PAC no nosso País.

Por isso, deixo a pergunta, Sr.ª Ministra: que medidas estão a ser ponderadas pelo Governo para inverter

esta inaceitável distribuição, ao nível das ajudas da PAC, em que meia-dúzia leva tudo e a generalidade dos

agricultores fica literalmente de mãos a abanar?

Mas, Sr.ª Ministra, sobre a PAC, temos ainda mais duas questões para lhe colocar.

Apesar de a reforma da PAC não estar aprovada, os diferentes países têm vindo, ao longo do tempo, a

avançar na construção dos seus planos estratégicos nacionais para a aplicação da PAC relativa aos próximos

sete anos.

Sabemos que, por exemplo, Espanha, desde o ano passado, tem uma proposta concreta de plano que tem

discutido com os parceiros sociais e, também, com a Comissão Europeia.

Até agora,de Portugal não há qualquer proposta concreta, daquilo que se conhece não há qualquer proposta.

Por isso, Sr.ª Ministra, era importante que nos dissesse aqui, hoje, os motivos que justificam este atraso.

Por fim, Sr.ª Ministra, o nosso País detém atualmente a Presidência do Conselho da União Europeia e um

dos objetivos a atingir durante a Presidência portuguesa é um acordo sobre a reforma da PAC. Portanto, no que

diz respeito à agricultura, o grande objetivo desta Presidência é conseguir um acordo sobre a reforma da PAC.

Sucede que, até agora, nós, os portugueses, desconhecemos completamente qualquer posição ou quais os

objetivos do Governo português em relação ao conteúdo do futuro acordo, quase parecendo que, mais do que