I SÉRIE — NÚMERO 50
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à região do Douro, pelas oportunidades para o Porto de Leixões, ao encurtar a distância e o tempo de viagem
entre o porto de Leixões e as ligações a Espanha por esta via, parece-nos muito interessante.
A questão essencial aqui é saber quando poderá ela ser uma realidade.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Fazenda, do
Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
O Sr. Nuno Fazenda (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de começar por saudar os
peticionários, nomeadamente a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, a Fundação do Museu do Douro
e os muitos outros subscritores que se mobilizaram por uma causa muito importante e que merece toda a nossa
atenção.
O Douro é um território único, é a região vitivinícola demarcada e regulamentada mais antiga do mundo, é a
maior região exportadora de vinhos em Portugal e inclui dois bens património da Humanidade, o Alto Douro
Vinhateiro, a paisagem cultural e vitivinícola, da qual faz parte a linha ferroviária, e o Parque Arqueológico do
Vale do Côa.
Mas, apesar destes ativos territoriais, que são ativos económicos, a verdade é que o Douro é ainda uma
região com indicadores socioeconómicos abaixo da média da região do Norte e abaixo da média nacional.
É neste âmbito que importa continuar a apoiar e a desenvolver o interior e, neste caso, o Douro, incluindo a
ferrovia.
E na ferrovia qual é o pano de fundo em Portugal? Ora, do Minho ao Algarve, passando pelas Beiras, a
modernização da ferrovia está em curso em todo o País. É a maior operação de modernização da ferrovia em
Portugal dos últimos 20 anos e o Douro não é exceção, e bem. A eletrificação entre Caíde e Marco de Canaveses
foi concluída em 2019, 10 milhões de euros de investimento, e estão assumidos investimentos para a
modernização da linha do Douro até ao Pocinho.
Mas agiu-se também no material circulante. O que é que ainda há pouco tempo tínhamos em termos de
material circulante e de carruagens no Douro? Comboios suprimidos, deficiências de serviço, em grande medida
por falta de carruagens.
Srs. Deputados, o cenário que nós tínhamos há muito pouco tempo era o de carruagens abandonadas há
mais de 20 anos. Hoje, o cenário é o de carruagens recuperadas e que não estão no museu, estão ao serviço
das populações.
Aplausos do PS.
Não estão no museu e estão a circular na Linha do Douro. Foram recuperadas 11 carruagens e estão mais
algumas em recuperação. Neste âmbito, estas carruagens servem hoje as populações do Douro e servem
mesmo turistas que no último verão, mesmo com as restrições sanitárias, já tiraram partido dessa recuperação.
Por isso, neste âmbito, não queria deixar também de saudar o trabalho extraordinário que os trabalhadores
da CP têm feito na recuperação destas carruagens, destas locomotivas, que são património ferroviário.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso é em Barca d’Alva!
O Sr. Nuno Fazenda (PS): — Mas na modernização da Linha do Douro não podemos esquecer o troço
Pocinho/Barca d’Alva.
Quando estive na CCDR Norte e na Estrutura de Missão do Douro, tive o privilégio de integrar e participar na
Comissão de Revitalização da Linha do Douro. Esta é hoje uma causa que continua atual, que é importante e
que deve ser prosseguida e, por isso, consideramos que devem ser encetados todos os esforços no sentido de
assegurar também a viabilidade do troço Pocinho/Barca d’Alva, em nome do Douro e em nome da coesão
territorial.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.