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I SÉRIE — NÚMERO 51

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O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, a

aposta no hidrogénio é uma aposta do mundo e é, sobretudo, uma aposta da Europa. A Europa aprovou uma

estratégia para o hidrogénio que previu o desenvolvimento e a industrialização de tecnologia que nos permita

aproveitar o hidrogénio, como matéria-prima, em processos industriais, como fonte de energia, para a

produção ou para o armazenamento de eletricidade, onde esta ainda não está madura.

Por isso, por toda a Europa, estamos a ver investimentos neste desenvolvimento, nesta investigação e

nesta industrialização que serão suportados, seguramente, por recursos nacionais, europeus e privados em

todo o continente. Portugal espera participar nesse movimento, pelo que temos uma pequena verba do PRR

dedicada ao desenvolvimento destas tecnologias e temos, também, participação em projetos europeus de

investigação e desenvolvimento nesta área, porque sabemos que, daqui a 10 ou 15 anos, o hidrogénio vai ter

um papel fundamental. E é indispensável que a Europa domine a tecnologia da produção de hidrogénio verde

para, depois, não ter de ser, pura e simplesmente, tomador de tecnologia produzida noutros locais, perdendo,

cada vez mais, liderança em coisas que para nós são indispensáveis.

Neste momento, a tecnologia não está madura, mas vamos continuar, em todo o continente, a fazer os

esforços para que ela o seja.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tenho informação de que o Sr. Deputado Hugo Martins de

Carvalho teria duas perguntas para fazer, pelo que, tendo formulado só uma, tem agora a palavra para fazer a

segunda pergunta.

O Sr. Hugo Martins de Carvalho (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, é o próprio documento do Governo

que admite que não há rationale económico no hidrogénio, e o Sr. Ministro acabou de dizer que não é uma

tecnologia madura. E se não ficar madura?!

Quem está a apostar são países com muitas possibilidades. Para um 1,5 kg de hidrogénio ser transportado

tem de o ser a 250º negativos, a elevadíssimas pressões, numa vasilha que pesa mais de 100 kg, Sr. Ministro.

Imagine em grandes quantidades, em camiões e barcos a diesel, até Roterdão, com pegada carbónica. Ainda

não é maduro e são os próprios agentes que dizem ser preciso que os Estados invistam muito para ficar

maduro.

A minha questão é a seguinte: não é maduro, mas o Governo acha boa ideia meter 900 milhões de euros

nisto. Aliás, o Governo está tão empenhado nisto que até reprogramou para hidrogénio verde fundos do PO

SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) que poderiam ser para

eficiência energética, para pessoas deixarem de morrer de frio no inverno, já. Portanto, gastam o anterior,

gastam o da reprogramação, gastam o seguinte, sem saber se é maduro ou não, e isto diz muito sobre o que

querem fazer para recuperar o País.

O Sr. Primeiro-Ministro disse, há dias, numa entrevista, que Portugal tinha perdido 15 000 milhões de euros

na pandemia. Tem ao seu dispor 16 000 milhões de euros para recuperar e as perdas são maioritariamente no

privado, nas pequenas empresas, nos pequenos restaurantes, nos pequenos comércios. Aliás, Sr.ª Deputada

Ana Catarina Mendes, a resiliência é nas empresas, são mesmo os portugueses e os empresários que estão a

aguentar.

O Sr. Ministro veio dizer que 35% era o mesmo do PT2020, mas acho que sabe que, no período do

PT2020, não obrigavam as empresas a fechar a porta nem a não vender para salvar vidas, o que é um

bocadinho diferente. Tem uma ligeira diferença.

O Governo opta por meter a fatia de leão no setor público, onde não se perdeu emprego nem se cortaram

salários, e não é para fazer outra coisa que não seja recuperar investimentos que o Governo não fez, Sr.

Primeiro-Ministro.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Hugo Martins de Carvalho (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, eu devo estar até admirado consigo! Até

o IC35 o Sr. Primeiro-Ministro conseguiu meter no PRR, uma coisa que anda a ser prometida há 20 anos, de