26 DE MARÇO DE 2021
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Os factos demonstram que a única solução a que o Governo tem recorrentemente lançado mão, para
combater e controlar a pandemia, tem sido a «bomba atómica» do confinamento, uma medida sanitária extrema,
com gravíssimos efeitos na economia e na vida das pessoas. E o recurso a essa solução draconiana só
aconteceu porque o Executivo do Partido Socialista foi incapaz de, ao longo de mais de nove meses, antecipar
medidas e decisões para salvaguardar a saúde pública e proteger a economia.
Do Governo, o PSD só exige que governe, mas o resultado está à vista: um gravíssimo descontrolo sanitário,
que nos colocou com os piores indicadores do mundo e que só regrediu porque fomos obrigados a confinar de
novo e da pior forma.
Os portugueses merecem que o Governo deixe de andar «a correr atrás do vírus» e compreenda, finalmente,
que a grave crise social e económica em que o País se encontra mergulhado lhe exige menos propaganda e
mais ação concreta!
Esta batalha só se vence com um Governo verdadeiramente capaz de antecipar soluções e de nos colocar
à frente do vírus, o que lamentavelmente nunca aconteceu.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PS, a Sr.ª Deputada
Joana Sá Pereira.
A Sr.ª Joana Sá Pereira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O mês
de fevereiro — aquele mês a que estes dois relatórios reportam — foi um dos meses mais duros da nossa vida
coletiva. E foi também o período em que uma certa oposição nos quis apresentar como o pior dos piores de
todos os países.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Foi azar do vírus!
A Sr.ª Joana Sá Pereira (PS): — É certo que atingimos níveis elevados de infeções por COVID-19, é certo
que se perderam mais vidas e também é verdade que o nosso Serviço Nacional de Saúde se aproximou
perigosamente do seu limite de capacidade de resposta.
Não há negação, Sr. Deputado Alberto Machado!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Azar é o nosso!
A Sr.ª Joana Sá Pereira (PS): — Mas não vale a pena criarmos aqui realidades paralelas, basta-nos a dureza
da realidade que enfrentamos.
E a verdade é que, enquanto uma certa oposição utilizava este estado de coisas para apontar
responsabilidades a quem nos governa, outros tentaram mostrar mesmo que a culpa não tinha sido do Natal,
mas antes do surgimento de novas estirpes, mais contagiosas, que, desta vez, tinham atingido o nosso País
primeiro que todos os outros.
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Joana Sá Pereira (PS): — Na altura, esta linha argumentativa foi desconsiderada, muitas vezes, até
ridicularizada, mas hoje sabemos que os países mais próximos estão agora a enfrentar as dificuldades que nós
já enfrentámos e já superámos.
Aplausos do PS.
E nós manifestamos a esses países o mesmo espírito de solidariedade que tiveram connosco numa altura
difícil. É este o espírito europeu e é este também o espírito dos jovens Erasmus.
Fevereiro foi um mês extraordinariamente difícil para os portugueses que viram os seus familiares adoecer e
recearam eles próprios adoecer, que estiveram em confinamento mais estrito, com os filhos em casa, a trabalhar