15 DE ABRIL DE 2021
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O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Luís Leite Ramos, do Grupo Parlamentar do PSD,
para uma intervenção.
O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Debatemos e votamos hoje, neste Parlamento, mais uma renovação do estado de emergência, a 15.ª.
Não há, seguramente, ninguém que esteja satisfeito com o objeto deste debate e com as limitações a que o
mesmo pode conduzir, mas temos de continuar resilientes, como estão a ser os portugueses. E, hoje, a minha
primeira palavra é para eles.
Sem desmérito para quem está na linha da frente, e que legitimamente tem sido sempre aqui recordado, hoje
quero agradecer aos portugueses que corajosamente têm conseguido gerir o seu dia a dia, ajustar as suas
rotinas, organizar-se entre os seus diferentes papéis, com dificuldade, mas sem esmorecer.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Quero agradecer aos portugueses que respeitam as normas e que
continuam a permitir que a sua liberdade seja condicionada por um bem maior e de todos; aos portugueses que
sacrificam, tantas vezes, o seu bem-estar e o tempo com as suas famílias para ajudar os outros; aos portugueses
que não desistem de lutar, mesmo quando os números são negros, as notícias são más e, no horizonte, paira
uma enorme nuvem de incerteza.
A todos os portugueses temos de dizer: «Obrigado!»
E a eles devemos explicações e garantias; a eles devemos o nosso melhor desempenho, a nossa maior
capacidade para tomar as decisões certas, para fazer as escolhas ajustadas, sem ponderações de mais nenhum
tipo nem objetivos paralelos que não sejam a superação desta pandemia e a recuperação económica, social e,
sobretudo, anímica da nossa sociedade.
Não podemos responder ao esforço com falta de clareza, com avanços e recuos, com impreparação e
amadorismos. Temos de responder com responsabilidade e confiança, certos de que o caminho que tomamos
é o que melhor serve Portugal e os portugueses.
É por isso que o PSD tem votado favoravelmente as propostas do Sr. Presidente da República para a
instituição do estado de emergência e sempre deu espaço ao Governo para governar.
Responsavelmente, sabemos que nada de bom viria para Portugal se, a uma crise de saúde pública com
gravíssimas consequências sociais e económicas, se juntasse uma crise política. Poderia ser o mais útil para o
partido, mas nunca foi opção. Para nós, os portugueses estiveram e estão sempre primeiro lugar.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Assim, a estabilidade política é o que melhor poderá servir-lhes neste
momento. Apostámos, por isso, nessa estabilidade pela promessa de um Governo responsável e ativo, solidário
e presente, assertivo e coerente.
Mas, infelizmente, não é a isso que temos assistido. A degradação dos serviços públicos tem sido flagrante
no último ano. Existe uma pandemia, é um facto, mas tudo o resto não parou — ou não devia ter parado, como
não parou nos outros países.
Como se explica que Portugal não tenha tomado uma só medida de fundo para compensar o impacto do
encerramento das escolas nas aprendizagens dos alunos, quando 86% dos países da OCDE (Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Económico) o fizeram?
Tivemos dois confinamentos gerais. Se, no primeiro encerramento das escolas, esta omissão poderia ter sido
tolerável, num segundo confinamento, esta atitude é negligência pura.
Como se explica que os alunos do secundário que querem fazer exames de melhoria de nota estejam, pelo
segundo ano consecutivo, impedidos de o fazer?
A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — Muito bem!