O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 63

16

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Começo por registar que esta matéria justificaria, talvez, menos chicana parlamentar e até, talvez, menos partidarite.

Queria dizer que a decisão de uma requisição, na minha opinião desproporcionada e absurda, cuja dúvida

que suscita é se foi feita deliberadamente ou, mais uma vez, por mera incompetência, por não se ter apercebido

de que metade das casas eram particulares, começou por chamar a atenção para esta matéria. Uma requisição

que diria ser o maior ataque à propriedade privada, no Alentejo, desde 1975, e que desencadeia, ao mesmo

tempo, a questão da imigração. Ou seja, tivemos, na mesma situação, um ataque à propriedade privada e uma

ofensa aos direitos humanos.

Em relação à imigração, gostaria de deixar claro que a nossa posição não é a dos que defendem «imigração

zero» — estes trabalhadores e outros trabalhadores imigrantes são necessários e fazem muita falta ao nosso

País, que tem carência de mão de obra, designadamente na agricultura —, mas também não é a posição

daqueles que, mais à esquerda, defendem fronteiras abertas e falta de controlo, porque isso é um estímulo às

redes ilegais de imigração.

O Governo gaba-se, há anos, de sermos exemplares na integração dos imigrantes. É o que o Governo diz e

é este o seu discurso. E o que é que verificamos em relação à realidade? Já tínhamos visto a situação de um

hostel na Baixa de Lisboa e as condições em que os imigrantes estão, que a pandemia expôs. Agora, com o

mesmo Governo, a pandemia expôs mais situações, numa dimensão muito maior, muito mais grave e muito

mais acintosa.

Em termos de políticas de imigração, é a este ponto que o Governo é exemplar, um Governo que se gaba

disso.

A verdade é que temos denúncias de redes de imigração ilegal e de tráfico de pessoas. O Parlamento sabe

isso. Todos os Deputados da 1.ª Comissão sabem isso, seguramente, desde 2016 e 2017.

Quem nos trazia essas queixas? O SEF! O SEF pedia sempre a mesma coisa: mais meios e mais inspetores

para o Alentejo, mais condições de trabalho. O SEF pediu-nos sempre isso!

O Sr. João Dias (PCP): — Desde 2014!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O que é que o Governo fez? Extinguiu o SEF — solução brilhante!… Ou seja, o que este Governo conseguiu fazer ao organismo mais especializado em tratar desta matéria e em

combater estes problemas foi extingui-lo.

Em relação ao partido que nos trouxe o tema, e bem, quero dizer o seguinte: é muito importante que esta

questão não se vire contra a agricultura, porque se ela se virar contra a agricultura esse seria também um erro

absoluto.

Do que nós precisamos é de condições, do que nós precisamos é de fiscalização, do que nós precisamos é

de respeito pelos direitos humanos.

Vale a pena perguntar, por exemplo, o que é que a ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), que

andou de restaurante em restaurante a fiscalizar o layoff, fez nesta matéria, porque parece que não teve o

mesmo zelo nem a mesma capacidade. Isto, obviamente, tem um nome. A isto chama-se «incompetência».

Precisamos dos imigrantes, porque são importantes para a economia. Precisamos da agricultura, precisamos

de fiscalização, precisamos de rigor e precisamos de humanidade.

O Governo falhou redondamente ao longo destes anos e continua sem ter resposta para esta matéria.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra da Agricultura, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Srs. Deputados: Partilhamos a