20 DE MAIO DE 2021
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É também essencial adaptar o funcionamento das creches e dos estabelecimentos de ensino às novas
necessidades das famílias, facilitando, assim, uma maior flexibilização dos horários das creches.
O CDS tem apresentado propostas, de forma contínua, para flexibilizar estes horários das creches de modo
a adaptá-los aos horários de trabalho, mas a esquerda continua a rejeitá-las sistematicamente.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Ministra, a visão que o CDS tem do mundo do trabalho e da
valorização dos direitos dos trabalhadores não é uma visão assente em polos antagónicos, em que uns estão
de um lado e outros estão do outro ou em que uns estão do lado bom e os outros estão do lado mau. Não, as
empresas têm um papel determinante e indispensável na valorização desses direitos. Muitas empresas já
adotam medidas que permitem ao trabalhador ter um horário mais flexível para dispor de mais tempo junto da
sua família, como seja a manutenção de creches ou de lactários. Outras empresas, por seu turno,
disponibilizam benefícios sociais, tais como seguros de saúde para cônjuges e filhos dos seus trabalhadores.
Para o CDS, importa que estes esforços sejam reconhecidos e recompensados, devido à realização de
utilidade social.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, concluindo, é tempo, de facto, de efetivar a alínea b) do n.º 1 do artigo 59.º
da Constituição e consagrar uma verdadeira conciliação da atividade profissional com a vida familiar. Os
trabalhadores merecem, as empresas necessitam e as famílias exigem. Façamos aquilo que é a nossa
obrigação.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O senhor, como presidente de junta, nem sequer recebia o sindicato para discutir o horário de trabalho! Nem recebia o sindicato!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado do PS Fernando José. Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Fernando José (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: Começo por saudar a iniciativa do Partido Comunista Português, afirmando que as preocupações nela
refletidas não são bandeiras ou prioridades exclusivas do PCP mas, antes, preocupações que nos unem a
todos num objetivo comum.
O combate à precariedade laboral, a promoção da agenda para o trabalho digno e o fomento da
contratação coletiva são temas vertidos em cada momento nas medidas do Governo e prioridades na ação
política do Partido Socialista.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Fernando José (PS): — Um caminho até aqui trilhado pelo Governo, pelo Partido Socialista e por toda a esquerda, um caminho que, mesmo num contexto de crise sem precedentes, continua a ser percorrido
sem cortes cegos, sem a retirada de direitos e com o combate à precariedade laboral, reafirmo, como objetivo
central na ação governativa.
No combate a esta crise não recuamos um passo atrás na reposição de direitos e, por isso, é preciso
reafirmar que, ao contrário do que sucedeu na crise de 2011/2014, as respostas agora encontradas pelo
Governo para combater os efeitos desta fase nova e difícil das nossas vidas não se consubstanciam em
medidas de austeridade.
Estas são, pois, marcas que diferenciam de forma clara, muito clara, o Governo do Partido Socialista do
Governo de direita PSD/CDS, um Governo que foi além das exigências da troica e que não se poupou a
esforços para, em contexto de crise, sacrificar ainda mais os trabalhadores portugueses, retirar direitos e
atacar a contratação coletiva através do «veto de gaveta» da emissão de portarias de extensão.
Aplausos de Deputados do PS.
Ora, este percurso de densificação de melhores condições e maior estabilidade para os trabalhadores
portugueses é o reconhecimento de que, até aqui, «palavra dada tem sido palavra honrada».
Protestos do PSD.