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I SÉRIE — NÚMERO 69

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crimes do Estado de Israel contra a humanidade; é a da solidariedade concreta para com o direito à

autodeterminação e independência do povo da Palestina.

É tempo de ação! Que o dia de hoje, 20 de maio, nove anos exatos depois da declaração de independência

de Timor-Leste, seja o dia em que nos comprometemos com uma agenda para a paz na Palestina.

Portugal deve condenar inequivocamente as agressões do Estado de Israel. O Governo português deve,

finalmente, reconhecer a existência da Palestina como Estado independente, dando cumprimento à resolução

aprovada pela Assembleia da República em dezembro de 2014. Portugal deve proibir a importação e a

comercialização de bens, de serviços ou de recursos naturais importados de colonatos ilegais. Portugal deve

defender a aplicação de sanções internacionais ao Estado de Israel, até ao estabelecimento de um cessar-fogo.

Somos um pequeno País na ordem internacional, mas não somos um País sem capacidade de influenciar a

ordem internacional. Temos a obrigação de inspirar outros Estados a ter posições corajosas na defesa dos

direitos humanos, no derrubar do muro de silêncio que encobre os crimes de guerra contra o povo da Palestina,

sempre que o assunto sai do alinhamento dos telejornais, e de contribuir para o fracasso do projeto

etnonacionalista do primeiro-ministro corrupto Benjamin Netanyahu.

A Palestina, um dia, será livre. O que está por saber é se, nesse dia, nós, Portugal, estaremos em condições

de reconhecer que fizemos tudo para que esse destino se cumprisse.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Cinco Deputados inscreveram-se para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Fabian Figueiredo, que informou a Mesa de que pretende responder, primeiro, a três questões e,

depois, às restantes duas.

Então, o primeiro desses pedidos de esclarecimento cabe à Sr.ª Deputada Catarina Rocha Ferreira, do PSD.

A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Fabian Figueiredo, há poucos inocentes, ao longo da História, neste longo conflito no Médio Oriente. Na verdade, os

poucos inocentes são civis e famílias pacíficas, atingidos por ações bélicas de ambos os lados.

Nesse sentido, temos de começar por salientar o carácter atípico deste conflito, porque, de um lado, temos

um Estado, o Estado de Israel, mas, do outro lado, temos o Hamas, que é uma organização terrorista. Aliás,

para ficarmos com uma ideia, um dos financiadores do Hamas é o Irão, que também financia o Hezbollah no

Líbano.

Neste momento, a população de Gaza está refém do Hamas, que se apropriou da causa palestiniana com

um principal propósito, que é o de destruir o Estado de Israel.

Portanto, não nos deixemos levar por ilusões, Sr. Deputado. A verdade é que temos dois povos, ambos a

sofrer do mesmo mal, e, neste Parlamento, devemos apoiar todos os processos de aspiração democrática, em

vez de centrar o discurso em torno da defesa de organizações terroristas.

Cabe ao Parlamento português dar o sinal dessa maturidade.

Com tanto barulho, como os Srs. Deputados estão a fazer, estamos a contribuir mais para a não resolução

do conflito.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Que vergonha!

A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Devemos, sim, apoiar a convivência lado a lado de dois povos diferentes…

O Sr. Jorge Costa (BE): — Donald Trump!

A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — … e garantir tanto os direitos do povo palestiniano como os direitos da população israelita.

Sr. Deputado, por isso, pergunto o seguinte: entende mesmo que é com posições extremadas que se

promove a paz, a segurança e o progresso no Médio Oriente?