O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 69

6

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, o Sr. Deputado Bruno Dias, para um pedido de esclarecimento.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Fabian Figueiredo, havemos de reafirmar quantas vezes for preciso: na Palestina, não há um conflito, há uma ocupação.

O Sr. Fabian Figueiredo (BE): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O PCP condena veementemente a campanha de violência do Governo israelita, acompanhada por colonos israelitas armados, contra a população palestiniana em Jerusalém, com o processo

de expulsão de palestinianos das suas casas em Sheikh Jarrah e o impedimento do acesso dos palestinianos à

Mesquita de Al-Aqsa.

A escalada de agressão do Governo israelita e das forças sionistas visa a anexação de Jerusalém oriental

e, em última instância, de todo o território histórico da Palestina, negando, de facto, ao povo palestiniano o seu

legítimo direito a um Estado, objetivo já expresso por Netanyahu e patente na incessante construção de

colonatos e do muro de apartheid em território palestiniano ocupado, ações ilegais perante o direito internacional.

Sobre isto, o PSD ri-se.

A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Não, não ri!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Aquilo que verificamos é que o Governo israelita está empenhado em sabotar a solução do conflito e em inviabilizar a criação de um Estado palestiniano, com base nas resoluções da ONU,

aprovadas há muitas décadas.

Ora, há uma advertência que não pode deixar de ser feita: quem for cúmplice da destruição desta solução

será responsável pelas dramáticas consequências que daí advirão.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não concorda, Sr. Deputado Fabian Figueiredo, que aquilo que se exige do Governo português é uma posição clara e contundente, nomeadamente quando exerce a Presidência do

Conselho da União Europeia, em defesa dos direitos nacionais do povo palestiniano e do cumprimento das

resoluções das Nações Unidas que os consagram?

Não considera, Sr. Deputado, que, neste momento, há uma responsabilidade particular, acrescida, que cabe

ao Governo português, no sentido de deixar essa posição de hipocrisia política e de irrelevância, perante um

momento tão grave como o que se está a viver na Palestina?

Aplausos do PCP, do PEV e do Deputado do BE Jorge Costa.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder a este primeiro grupo de questões, tem a palavra o Sr. Deputado Fabian Figueiredo.

O Sr. Fabian Figueiredo (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Rocha Ferreira, quando a ouvi falar, lembrei-me de quando chamavam «terrorista» a Xanana Gusmão, de quando chamaram «terrorista» a

Nelson Mandela. Mas lembrei-me, também, da convicção do PSD em tentar mandar Portugal para a guerra do

Iraque, porque tinham a firme certeza de que lá se encontravam bombas de destruição maciça!

Protestos do PSD.

É bom recordar o património do PSD, porque o património do PSD em matéria de Médio Oriente é de colisão

e de ataque às resoluções das Nações Unidas e de desobediência aos esforços, aos apelos do Secretário-Geral

da ONU, António Guterres.