I SÉRIE — NÚMERO 77
30
Aplausos do PS.
Investiu-se e estão em curso intervenções em linhas de água que abrangem 1400 km, nomeadamente para
evitar cheias e criar novas linhas corta-fogo, com intervenções de renaturalização muito importantes no nosso
País. Chegou a hora de rios como o Ferreira e o Ave, as margens do Nabão, o rio Leça, o Vouga, o Guadiana
e, claro, o Tejo, como não poderia deixar de ser.
A este propósito, Sr. Ministro, gostaríamos também que nos desse conta das intervenções que estão em
curso e, nomeadamente, qual a intervenção que está prevista para o mouchão da Póvoa, no concelho de Vila
Franca de Xira.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Ministro, para responder.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, fez-me duas
perguntas com graus de complexidade muito diferentes, quanto é que o PSD tinha previsto e quanto é que nós
investimos. A primeira resposta é muito fácil: o PSD tinha previsto zero.
A segunda resposta é mais complexa. Estive a fazer uma conta, em sede da sua pergunta, e, podendo
estar a ser omisso, encontro 93 milhões de euros promovidos pelo PO SEUR, 16 ou 17 milhões de euros que
foram concretizados através do Fundo Ambiental, dos tais 1000 km de rios e ribeiras intervencionados após os
incêndios de 2017.
Não escondendo, de todo em todo, a existência dos problemas múltiplos de poluição que afetam as
massas de água pelo País fora — não querendo apontar responsabilidades a ninguém, em bom rigor, eles
resultam da fragilidade dos sistemas de tratamento que são, invariavelmente, municipais —, ainda assim,
temos orgulho de termos 42 bandeiras azuis nas praias de interior, o significa que, estando muito longe de
sermos o segundo maior país da Europa, somos o segundo país da Europa que tem mais bandeiras azuis em
praias do interior.
Aplausos do PS.
Quando disse, há pouco, em resposta ao CDS, que não esperámos pela formalização de hoje do PRR para
começar, dei vários exemplos mas esqueci-me de um, o dos 50 milhões de euros do REACT-EU (Recovery
Assistance for Cohesion and the Territories of Europe) para intervir em 150 km de rios. E digo de rios, não de
rios e ribeiras, porque é essencialmente de rios que estamos a falar, da capacidade de utilizar os métodos de
engenharia natural, que aprendemos com as intervenções que fizemos nas ribeiras, em rios de muito maior
dimensão, de que já deu alguns exemplos.
Uma dessas intervenções é, naturalmente, o mouchão da Póvoa. Outras intervenções são em rios como o
Ave, o Ferreira, o Nabão, o Vizela ou o Vouga. Ou seja, o transformarmos e expandirmos para rios de outra
dimensão e até de outro impacto social e ambiental, este conjunto de intervenções é absolutamente essencial,
abandonando de vez o betão como solução para tentarmos conter os rios dentro das suas margens.
O CDS pensa, e disse-o várias vezes, inclusive a sua anterior líder, que os recursos naturais têm de se
adaptar a nós, mas é exatamente ao contrário, nós é que temos de nos adaptar aos recursos naturais. Temos
de perceber que a água é vida, mas não o é só para a nossa espécie. Se todas as outras espécies falassem
uma linguagem que pudéssemos entender, todas diriam de igual forma que água é vida e é vida tanto para
elas como para nós.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Continua o Partido Socialista no uso da palavra.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Fazenda.
Faça favor, Sr. Deputado.