17 DE JUNHO DE 2021
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O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Pires, tem toda a
razão sobre o PSD e o PART. Há, num filme de Paul Thomas Anderson, chamado Magnólia, uma frase de que
nunca me esqueci: «Podemos esquecer-nos do passado, o passado é que nunca se esquece de nós». E, de
facto, o chumbo do PART pelo PSD há de persegui-los sempre. Nunca nenhum de nós se há de esquecer
disso.
Aplausos do PS.
Sim, Sr. Deputado, ainda no PO SEUR, naquele que é, no fundo, o aproveitar das quebras normais que
acontecem na execução de algumas candidaturas — até quando o PSD está no Governo —, conseguimos
encontrar 40 milhões de euros para destinar, exclusivamente, à aquisição de autocarros de dimensão variável,
pensando que alguns deles podem ser pequenos, destinados ao País todo, exceto às áreas metropolitanas.
Quando digo 135 autocarros, esta é, obviamente, uma estimativa, porque tanto podem ser mais como podem
ser um bocadinho menos.
Recordo os avisos, até à data, do PO SEUR, que correspondiam, certamente, a uma melhoria muito
grande. Todos nos lembramos — o PSD teima em tentar esquecer-se, mas nós nunca nos esqueceremos! —
que lançaram concursos para a privatização da Carris obrigando a que os autocarros fossem a diesel e
pudessem ser em segunda mão, mas no PO SEUR os avisos foram lançados para autocarros a gás e
elétricos. Neste último aviso, eles serão elétricos ou a hidrogénio, estando não só prevista a aquisição do
autocarro propriamente dito — em bom rigor, são as regras comunitárias do diferencial entre um vulgar
autocarro a diesel, como o PSD gosta, e um autocarro elétrico ou a hidrogénio —, mas também as suas
formas de carregamento e até de produção de energia, diretamente.
Esta é, de facto, a visão que temos para os transportes neste País, uma visão claramente assente no
transporte coletivo, reconhecendo que a fragmentação do território, das cidades e a própria vida de muitos de
nós, cada vez mais, não permite dizer que o transporte coletivo vai dar resposta a todas as deslocações que
têm de ser feitas nas cidades. Obviamente, terá sempre de haver uma forma individual de as pessoas se
transportarem, desejavelmente a pé, desejavelmente em modos suaves, que não tenha de ser num
automóvel, mas, se for num automóvel, ele que seja elétrico e se for partilhado melhor ainda.
Queremos muito, neste período de intervenção que sucede ao final de um PO SEUR que tinha zero para o
transporte coletivo — foi assim que o herdámos! —, poder chegar aos investimentos em outras cidades e uma
delas será Braga. Queremos mesmo financiar um BRT (bus rapid transit) para a cidade de Braga porque, pela
sua dimensão, tem já capacidade para ter um modo de transporte deste tipo.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Fernando Paulo
Ferreira.
O Sr. Fernando Paulo Ferreira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Caras e
Caros Deputados: Por força das alterações climáticas e de fenómenos climáticos extremos, a que a ocupação
e a impermeabilização dos solos não está alheia, temos verificado com mais frequência situações torrenciais
repentinas, nomeadamente nas linhas de água. Ora, isto coloca a requalificação e conservação das linhas de
água no centro das preocupações do Estado, seja para proteção das pessoas e bens, seja para a
conservação e favorecimento dos ecossistemas.
Estas preocupações centrais por parte do Estado começaram quando o Sr. Ministro assumiu a pasta do
ambiente e o Governo do Partido Socialista tomou conta dos destinos do País. A este propósito, para que se
perceba a diferença, gostávamos, Sr. Ministro, que explicasse a esta Câmara qual é o nível de investimento
que tem previsto nesta área dos rios e das ribeiras e também quanto é que o Governo anterior, do PSD/CDS,
tinha previsto para esta mesma área. Esta diferença entre o muito e o nada pode explicar o nível de inquirição
administrativa que o PSD trouxe a este debate parlamentar, sem nenhuma ideia nem nenhuma proposta para
o ambiente no nosso País.