17 DE JUNHO DE 2021
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previsto na alínea p), do n.º 1, do Anexo II, que permite a prospeção a menos de 1 km das populações,
perante medidas de mitigadoras.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª
Deputada Bebiana Cunha, Sr.ª Deputada, seria um sonho horrível imaginar que a senhora tinha a
responsabilidade, por 24 horas que fossem, de negociar a Convenção de Albufeira, com Espanha, e chegasse
a Espanha e dissesse: «Eu quero renegociar esta Convenção». Sabe porquê? Sabe o que é que Espanha
dizia imediatamente? Dizia o seguinte: «Sim, queremos já renegociar esta Convenção!» Porque quando ela foi
assinada, Sr.ª Deputada, o Tejo tinha, em média, um caudal com 25% de água a mais do que aquela que tem
hoje.
Soube, certamente — não deixo de elogiar o Governo de Espanha por tê-lo feito, embora também não
tenha feito nada mais do que era sua obrigação —, da enorme redução dos transvazes do Tejo-Segura. Tudo
isso aconteceu.
Sr.ª Deputada, a Convenção é mesmo cumprida, sabendo nós que, infelizmente, à escala semanal, a
regularidade dos caudais não é aquela que nós queremos.
Sr.ª Deputada, a Barragem de Santa Clara tem mais água agora do que tinha há um ano atrás. Não é
porque é notícia no jornal que há mais água ou menos água. Já agora, a Barragem de Santa Clara foi feita
com que fins ou, melhor, foi feita para que fim? Um só: a rega agrícola. É que não foi feita para mais nada, foi
feita para a rega agrícola! E a partir da Barragem de Santa Clara, que foi feita para ter uma utilização agrícola,
é feito abastecimento humano, e esse abastecimento humano tem, obviamente, sempre prioridade — seja ele
qual for, porque abastece uma parcela do município de Odemira — relativamente à rega para agricultura. Mas
ela foi feita, repito, com um único objetivo, que foi mesmo rega agrícola.
Sr.ª Deputada, relativamente às minas e ao parecer dos municípios, Sr.ª Deputada, não sei com que é que
os senhores comparam o decreto-lei — deve ser com o paradigma perdido de que falava o Edgar Morin.
Porque é que não comparam esta lei com tudo aquilo que existia antes? Façam, por favor, essa comparação!
Qual era o poder dos municípios nos projetos até haver este projeto de lei? Qual era?! Era o poder de
darem um parecer. Qual é agora? Em todos os casos — e, olhe, que eu saiba, até à data, em democracia,
quero mesmo dizer todos os casos, porque nunca o Estado promoveu nenhum concurso como o que vai
promover para o lítio —, os municípios têm o poder de chumbar, de vetar qualquer projeto de desenvolvimento
mineiro.
Obviamente, não o podem fazer porque lhes «cheira assim» ou porque lhes «cheira assado», têm de o
fazer de acordo com regras específicas, da mesma forma que se V. Ex.ª quiser construir uma moradia num
território a câmara não lhe pode dizer: «Olha, não, porque não gosto de ti». Tem de dizer «não» porque não
cumpre o PDM (Plano Diretor Municipal) ou porque não cumpre um qualquer outro regulamento municipal,
evidentemente.
Ora, havendo esse incumprimento, têm, de facto, os municípios o poder total, nos projetos de promoção
individual — legítimo, mas individual —, de interesse do próprio e não necessariamente de interesse do País,
de poder vetar esses mesmos projetos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar «Os Verdes», para formular as suas
perguntas, a Sr.ª Deputada Mariana Silva.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados, o Ministério do Ambiente está transformado num superministério, onde cabe tudo. Apesar disso,
ou por causa disso, não obstante o alargamento da consciência coletiva de que é necessário proteger o
planeta, as respostas do Ministério são questionáveis.
Muito há ainda por fazer. A poluição dos rios, das linhas de água ainda é uma preocupação. A proteção da
natureza e da biodiversidade está longe do que se poderia esperar, com o reforço de meios e materiais a