17 DE JUNHO DE 2021
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aos preços de venda em mercado, foram conseguidos precisamente porque utilizámos esta modalidade.
Portanto, durante 15 anos teremos este contrato que foi estabelecido, que faz com que todos os portugueses
possam beneficiar bastante desta redução de energia.
Sr. Deputado Duarte Alves, fiquei mais descansado com a segunda parte da sua pergunta, porque, pela
primeira parte, ia concluir que o PCP gosta de monopólios privados ou acha que a EDP devia ser dona das
barragens todas. Apesar de tudo, a segunda parte da pergunta deixou-me mais sereno, porque saía daqui
bastante preocupado.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Não ouviu!
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Deputado, acho mesmo que é importante que a
EDP seja menos monopolista do que é na produção de eletricidade e, por isso, nunca vi nenhuma razão para
haver qualquer objeção à venda destas barragens, enquanto objeção política e objeção de fundo. Já o disse e
volto a repetir.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Deputado, as barragens estão cá, as barragens
continuarão a produzir eletricidade para os portugueses.
Se o Sr. Presidente me permitir uma última nota sobre a soberania energética, gostaria de dizer que
Portugal não tem petróleo e, portanto, a soberania energética consegue-se explorando o vento, a água e o sol,
esses, sim, recursos nacionais para produzir eletricidade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, o Sr. Deputado Pedro Morais
Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, gostaria de cumprimentar o Sr. Ministro, os Srs.
Membros do Governo e as Sr.as e os Srs. Deputados.
Sr. Ministro, as alterações climáticas e a agenda da sustentabilidade estão hoje, cada vez mais, na ordem
do dia. Portugal é o país da Europa que mais irá sofrer com os impactos dessas mesmas alterações
climáticas, por exemplo, com clima mais seco, diminuição da disponibilidade de água e de capacidade de
produção agrícola, com o aumento dos riscos de seca, perda de biodiversidade, incêndios florestais, ondas de
calor, subida do nível do mar e subsequentes ameaças para as zonas costeiras.
Sr. Ministro, para os desafios globais, as respostas têm de ser locais, e devem sê-lo cada vez ser mais,
porque, para atingirmos a neutralidade carbónica, a batalha da sustentabilidade é ganha ou perdida em cada
uma das nossas terras.
Portugal, Sr. Ministro, tem inúmeros planos e estratégias do clima — e bem —, mas existe, de facto, uma
falta de coordenação entre as diversas iniciativas ambientais, bem como falhas de monitorização da execução
das mesmas. Entre regras, estratégias, planos, talvez haja 40 — por aí! —, ou seja, a atual resposta política
ao combate às alterações climáticas está dispersa, como disse, em vários documentos, roteiros, planos e
estratégias e é muito pouco eficiente e eficaz.
Agora, Sr. Ministro, que o Governo recebeu luz verde da Comissão Europeia com a aprovação do PRR, é
fundamental assegurar, de facto, que estas metas ambientais estão devidamente definidas em todos os
setores, desde a energia aos transportes, ao mar, aos resíduos, à agricultura, às florestas. Mas mais
importante, Sr. Ministro, é que haja o devido planeamento e articulação, que é fundamental, com os diversos
ministérios e também com o envolvimento das autarquias, e a calendarização dessas metas, a curto, médio e
a longo prazo, assegurando, de facto, que essas mesmas metas sejam cumpridas.
Sr. Ministro, a pergunta que lhe faria é a seguinte: de que forma irá este Governo calendarizar essas
mesmas ações e metas previstas para os investimentos apresentados no PRR? De que forma o Governo irá
articular todos estes planos com o poder local, de forma a agilizá-los?