I SÉRIE — NÚMERO 77
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O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro.
Pausa.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Presidente, estava aqui à procura, no meio das
minhas folhas, de um calendário, que não encontro, para poder tornar mais explícita a resposta.
Sr. Deputado, se é verdade que tem de haver muitas respostas à escala local, não confie no que disse. O
problema das alterações climáticas é mesmo um problema global e tem de haver também respostas à escala
global. Se me disser que muitas das soluções têm que ver com o território e que, portanto, têm de ser
pensadas país a país, local a local, não tenho a mais pequena dúvida de que é absolutamente essencial a
existência de um compromisso, porque há mesmo jogos em que a equipa joga o que joga o pior dos seus
jogadores. No jogo das alterações climáticas, se não for jogado da mesma forma por todos e com o mesmo
grau de compromisso, é inevitável que, por muito que se esforcem, haja sempre alguém que, ao não se
esforçar, fará com que todos os outros fiquem para trás.
Sr. Deputado, o calendário do PRR é absolutamente claro. Dei inúmeros exemplos daquilo que o nosso
Ministério já fez, ainda antes do PRR. Por exemplo, lançámos o aviso para a formação de consórcios de
bioeconomia, lançámos o projeto ou o concurso de ideias para a nova ponte sobre o Douro, para o metro do
Porto e apenas para o metro, não será uma ponte rodoviária, e ainda no Porto — estou a olhar para a Sr.ª
Deputada Cecília Meireles e a lembrar-me da cidade — há as 11 propostas que já recebemos para a
construção da linha de metro entre a Casa da Música e Santo Ovídeo. Todos estes são projetos do PRR que
começámos antes do tempo.
Como disse, para a semana, lançaremos um dos mais importantes avisos: o aviso relativo aos 30 dos 300
ou 310 milhões de euros, salvo erro, destinados à melhoria da eficiência energética dos edifícios vai já ser
lançado, com uma taxa de comparticipação que não é de 70%, como no aviso anterior, mas de 85%. Como
penso que sabe, o PRR inibe que o IVA (imposto sobre o valor acrescentado) venha a ser pago e, por isso,
fazemos a compensação por essa via.
Como também referi no meu discurso, os exemplos da eficiência do combate à pobreza energética, dos
gases renováveis e todos os outros projetos têm o seu próprio calendário. Até tenho esses dados mais
detalhados mas não encontro o papel.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Pedro Morais Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Ministro, de facto, as verbas do PRR para o combate às
alterações climáticas são significativas — e bem — e o País tem aqui uma oportunidade única. É fundamental
a boa aplicação desses mesmos fundos por forma a maximizar essa mesma execução, assegurando o
retorno. Esse retorno tem de ser garantido em vantagens amigas do ambiente, havendo um retorno financeiro,
se possível, para Portugal.
Sr. Ministro, é necessário entender que, de facto, estes desafios ambientais são também uma oportunidade
única para a transformação da nossa indústria — oportunidades de inovação, oportunidades de criação de
novas profissões, desenvolvimento de uma nova economia, mais amiga do ambiente.
Por esta razão, quero perguntar-lhe de que forma estão estabelecidas as bases para garantir a transição
que o Estado e a comunidade portuguesa irão fazer para uma economia com o objetivo de alcançar a tão
famosa neutralidade carbónica de que o Sr. Ministro tanto fala?
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro do Ambiente.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Sr. Presidente, agradeço a pergunta ao Sr.
Deputado.