17 DE JUNHO DE 2021
27
Sr.ª Deputada, o PEV é o partido que quer reduzir em 65% as emissões, mas não faz a mais pálida ideia
de como — a mais pálida ideia!
Protestos da Deputada do PEV Mariana Silva.
É que, de facto, quer reduzir em 65% as emissões garantindo que todas as chaminés continuam a silvar,
alegremente e assegurando que, de facto, não há qualquer transição energética. É esta a aposta do PEV.
Sr.ª Deputada, apoio aos transportes coletivos? Orçamento de 2020: 261 milhões de euros para que nunca
as empresas de transporte coletivo deixassem de prestar os seus cuidados.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Mas deixaram e ainda não repuseram.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Previsão para este ano? Até 371 milhões de euros.
A Sr.ª Deputada foi contra, foi contra porque é fundamental mudarem as coisas desde que não se faça
coisíssima nenhuma: foi contra a linha circular, mas ela está em construção; o PCP e o PEV acharam que
nunca deveria haver — até houve uma proposta nesse sentido — nenhuma linha de metro na cidade do Porto,
mas mudaram de opinião, perto das eleições autárquicas, e estão em construção; 700 autocarros de elevada
performance ambiental foram adquiridos, e há um aviso do PO SEUR a sair agora, de 40 milhões, para a
aquisição de 135 autocarros — disse isso no meu discurso, mas estava mais longe de si —, exatamente para
todos os territórios do País exceto as duas áreas metropolitanas; o investimento que está a ser feito, e vai ser
feito, através do PRR, nos metros de Lisboa e Porto é mais do que conhecido; o investimento na ferrovia, que
aqui não descreverei, é aquele que VV. Ex.as conhecem também.
Sr.ª Deputada, a aposta do Governo é mesmo a do transporte coletivo: em primeiro lugar, na gestão, no
sentido de atribuir às CIM e às áreas metropolitanas um papel da maior relevância em toda a gestão da oferta;
em segundo lugar, no investimento, seja em infraestruturas, seja nos modos de circulação; e, em terceiro
lugar, como disse, e muito bem — sabemos bem que sempre nos acompanhou! — na redução do preço dos
títulos de transporte.
Sr.ª Deputada, entre abril e dezembro de 2019, conseguimos um aumento de 12% na procura de
transportes coletivos em Portugal. Infelizmente, o ano de 2020 não fica para a história. Por causa de quê? Por
causa de uma coisa de que, certamente, se apercebeu e que se chama COVID-19. E, infelizmente também,
apesar de sentirmos hoje que há já uma recuperação na procura, mesmo em territórios que não têm grandes
condicionamentos, ela está ainda longe daquilo que era quando se iniciou a pandemia. Por isso, sim, temos de
continuar a fazer um esforço grande para promover a utilização do transporte coletivo, sendo que acho que os
números que temos hoje da pandemia não nos deixariam bem se partíssemos para a publicidade daquela que
é, indesmentivelmente — só posso concordar consigo —, a melhor forma de as pessoas se poderem
transportar e mover nas cidades e nos territórios.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Montesinho e o lítio ficam para a próxima!
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo está inscrito para intervir,
mas não está presente na Sala, pelo que se segue o Partido Socialista.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Pires.
O Sr. Hugo Pires (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados:
Utilizando uma gíria futebolística para classificar este debate e, sobretudo, as intervenções do PSD e do Bloco
de Esquerda, eu diria que foi uma entrada a pés juntos, com muita força e pouca técnica, por parte destes
partidos. O Bloco de Esquerda veio falar do problema dos resíduos, quando tentou adiar sucessivamente o
aumento da TGR, e veio falar do encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos, quando, depois, fala em
descarbonização da sociedade.