I SÉRIE — NÚMERO 79
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Não é um evento com centenas de pessoas ao ar livre que vai passar por cima das responsabilidades de
eventos não planeados com milhares de pessoas, para além de que os dados da pandemia, em Lisboa, estão
a crescer há semanas, não é coisa de ontem!
Protestos do PS.
E se quer assumir responsabilidades, tem um tema muito bom para isso, com 48 horas: à porta do Campus
de Justiça estiveram, há poucos dias, centenas de pessoas, tendo algumas passado lá a noite para poderem
renovar o cartão de cidadão ou para o obterem. E muitas delas são imigrantes não documentados, portanto não
têm, certamente, acesso nem a testes nem a vacinação.
Protestos do PS.
Estiveram juntos e o Governo não fez absolutamente nada! Quer responsabilidades? Encontre aí!
Com a Iniciativa Liberal, não vai conseguir que a propaganda funcione. Já é feio não assumir
responsabilidades, mas passá-las para outros muito mais feio é!
Protestos do PS.
Tenho de dizer também ao Sr. Deputado Telmo Correia que estou muito de acordo consigo em que há vários
tipos de negacionismo. Um deles é achar que é igual uma Festa do Avante feita antes do inverno, com 0% da
população vacinada, e um arraial feito às portas do verão, com 43% da população vacinada. Isso é negacionismo
também.
Protestos do PS e do PCP.
Deixe-me dizer-lhe que se a única crise que aqui encontra é não termos sido suficientemente soviéticos, pois
eu acho isso um grande, grande elogio!
Risos do Deputado do PSD Cristóvão Norte.
Sr. Secretário de Estado da Saúde, quero dizer-lhe o seguinte: a Universidade Nova concluiu há pouco tempo
que 25% dos portugueses deixaram de ir ao SNS. Sr. Secretário de Estado, 25% dos portugueses deixaram de
ir ao SNS durante a pandemia, mas 18% deles passaram a ir ao setor privado durante o mesmo período.
Protestos de Deputados do PS.
Nas consultas de cuidados primários — menos 15% no SNS, mais 5% no privado; nas consultas de
especialidade —, menos 8% no SNS, mais 13% no privado; exames e outros métodos de diagnóstico — menos
6% no SNS, mais 8% no privado; episódios de urgência — menos 7% no SNS, mais 3% no privado.
Portanto, Sr. Secretário de Estado, a minha primeira pergunta é no sentido de me ajudar a enterrar o mito,
que o BE e o PCP tanto tentam demonstrar nesta Casa, de que os privados não ajudaram na pandemia e não
ajudaram ao colapso do SNS, e dizendo que, de facto, o papel dos privados foi essencial e continua a ser
essencial. Mais, se considera que, no futuro, o complemento entre os públicos, privados e sociais poderá ajudar
a recuperar os enormes atrasos que ainda temos de consultas e cirurgias.
A segunda questão é relativa ao certificado digital de vacinação. Soube-se há poucos dias que um
instrumento que era suposto ser apenas para assegurar as viagens para o estrangeiro em segurança vai passar
a ser usado em várias circunstâncias da nossa vida interna. Haveremos de ter tempo para discutir os pormenores
exatos, mas quero fazer duas perguntas concretas: qual foi a pronúncia da Comissão Nacional de Proteção de
Dados relativamente à utilização desta ferramenta? E de que forma é que os dados estão salvaguardados? E