9 DE JULHO DE 2021
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos agora à fase de encerramento deste debate que, pelo menos por hoje, será o último.
Tem a palavra, de novo, o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr. Presidente, para mim, é sempre um prazer estar no Parlamento e, se me permite, informo V. Ex.ª de que, imediatamente a seguir a este Plenário, me
reunirei com a Comissão de Assuntos Europeus.
O meu muito obrigado aos Srs. Deputados e às Sr.as Deputadas pelas questões consideradas e começo,
talvez, por responder às questões mais localizadas.
Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, nós, União Europeia, até aprovamos sanções contra as individualidades
responsáveis pelas violações dos direitos humanos em Myanmar e as sanções só são aprovadas porque
Portugal vota nelas, visto que a aprovação é por unanimidade. Evidentemente, Portugal foi dos primeiros países
a dar apoio a essas sanções.
Quer na União Europeia, quer no Conselho de Direitos Humanos, Portugal também tem participado na
condenação internacional do que se passa na província chinesa de Xinjiang.
Percebo as preocupações da Sr.ª Deputada e do Sr. Deputado José Luís Ferreira em matéria de alterações
climáticas e, por isso, julgo que os Srs. Deputados deveriam, em primeiro lugar, regozijar-se por o relatório da
União Europeia sobre o nível de cumprimento das metas de 2030, entre todos os Estados-Membros, colocar o
Estado português — portanto, VV. Ex.as também! — como o país que está mais próximo dos objetivos definidos
para 2030. Como também se deveriam regozijar, primeiro, com o facto de Portugal ter excedido, e por larga
margem, o limiar de 37% de despesa contida e financiada no PRR afeta diretamente a investimentos com a
transição verde e, segundo, com a insistência bem sucedida que fizemos no quadro da reforma da PAC para
que esta progredisse no sentido de a agricultura ser ambientalmente sustentável, com a chamada «arquitetura
verde» da PAC.
Percebo a divergência de fundo que tenho com o Sr. Deputado Bruno Dias sobre o caminho, mas não sobre
os objetivos, e, evidentemente, a prosperidade da União Europeia é um objetivo e um pilar fundamental da nossa
União e destina-se a beneficiar os trabalhadores e os povos de toda a União Europeia. É por isso que a coesão
territorial e a solidariedade são valores essenciais para a União Europeia e julgo que os temos cumprido,
designadamente no combate à pandemia.
Se o Sr. Deputado João Almeida me permite, o Sr. Deputado tem uma matéria de fé e acha que as coisas
vão correr mal nos próximos anos.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — O Sr. Ministro também!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Veremos! Cá estaremos para o verificar. Depois, o Sr. Deputado gastou grande parte da sua intervenção a tentar glosar uma fórmula que, aliás, na
minha pobre opinião, foi adequadamente dita pelo Sr. Primeiro-Ministro. Na primeira vez até me lembrei daquela
frase de Fernando Pessoa que dizia que era típico da síndrome provinciana não compreender a ironia, mas,
como é meu conterrâneo, o Sr. Deputado não pode ter a síndrome provinciana, porque a gente da minha terra,
por definição, não é provinciana.
Risos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.
Portanto, tirei a conclusão óbvia de que o Sr. Deputado estava a gastar tanto do seu latim nisso porque não
tinha nenhuma outra crítica a fazer.
Aplausos do PS.
Risos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.