22 DE JULHO DE 2021
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O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, o Sr. Deputado é efetivamente um personagem de uma narrativa de si próprio.
De facto, não tenho condições para debater consigo sobre medidas restritivas, porque me recordo e tenho
apontado tudo o que me disse sobre medidas restritivas, em cada um dos momentos em que foi mesmo preciso
dar a cara para tomar decisões. Lembro-me bem do que é que disse e, portanto, estamos entendidos.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado pode construir as narrativas que entender, mas a realidade é a que é e é simples: neste
século, Portugal só convergiu com a União Europeia, ou seja, só cresceu acima da média europeia, em 2017,
em 2018 e em 2019. Portugal, depois do 25 de Abril, só teve um excedente orçamental que foi com precisamente
este Governo.
Aplausos do PS.
Para ter esse excedente orçamental não foi a aumentar impostos, nem a cortar salários, nem a cortar
pensões, foi a aumentar rendimentos, foi com a economia a crescer, foi a aumentar o investimento público e,
até, a reduzir alguns impostos.
Foi assim que nós cumprimos e é assim que continuaremos a cumprir.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos entrar na segunda ronda de pedidos de esclarecimento ao Governo. Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Carlos Peixoto, do Grupo Parlamentar do
PSD.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, não sei se já se apercebeu, mas já teve melhores dias — o senhor e, também, a Nação.
Ao contrário daquilo que foi aqui dito, não, não é o PSD que reza ao domingo para que o Governo caia. São
os portugueses que rezam todos os dias para que o Governo governe, para que o Governo os proteja e para
que o Governo tire Portugal da cauda da Europa em todos os indicadores sociais, económicos e de pobreza.
Aplausos do PSD.
E chega, Srs. Deputados e Sr. Primeiro-Ministro, de falar do anterior Governo, porque, de cada vez que o Sr.
Primeiro-Ministro fala do anterior Governo, alguém tem de lhe lembrar que o anterior Governo desempenhou a
missão patriótica de tirar o País da cauda da Europa. Aninhado às mãos dos nossos credores, o País não tinha,
sequer, dinheiro para pagar salários aos funcionários públicos. E não tinha porque o Governo anterior, de José
Sócrates — que, aliás, o Sr. Primeiro-Ministro apoiou —, deixou o País num estado absolutamente lastimável e
foi por isso que tivemos todos que chamar a troica. Chega de falar disso!
Aplausos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, os portugueses gostam de ser tratados como adultos e acho que o Sr. Primeiro-Ministro
sabe que eles estão cada vez mais zangados consigo e estão cada vez mais descrentes do Governo. Aliás, o
Governo tem-se comportado quase como o novo «dono disto tudo».
O Sr. Primeiro-Ministro sabe, por acaso, porque é que o Governo não consegue cumprir uma lei da
Assembleia da República que impõe 50% de redução das portagens nas ex-SCUT (sem custos para o utilizador),
mas os senhores, como fazem o que querem, só reduzem em 30 ou 35%? Consegue explicar isso? É essa a