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I SÉRIE — NÚMERO 90

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, não deixa de ser lamentável que um Primeiro-Ministro venha a esta Casa, hoje, com todos os canais de televisão a transmitir este

debate, dizer que está tudo bem neste País e que a líder do Grupo Parlamentar do Partido Socialista venha

bater palmas ao Primeiro-Ministro e dizer «demos as mãos, somos os mais felizes do mundo». O País, lá fora,

deve estar atónito com o que está a ver aqui dentro!

O que o Sr. Primeiro-Ministro devia estar aqui a fazer era a pedir desculpa aos portugueses. Devia pedir

desculpa por 7,2% de desemprego, por 60% das empresas terem falido ao longo dos últimos três meses, por

dois terços das empresas não conseguirem pagar despesas e por — não olhe para o lado, Sr. Primeiro-Ministro!

— um quinto das empresas, segundo o último relatório, não conseguirem pagar salários.

Belo País que apresentamos lá fora! O que o Primeiro-Ministro devia estar a dizer era isto: «Desculpem

portugueses, falhei na minha missão de vos proteger e de proteger a economia».

Sr. Primeiro-Ministro, 60% das empresas não conseguiram obter os apoios que o seu Ministro da Economia

prometeu que iriam ter — e diz o relatório que foi por excesso de burocracia. «Desculpem portugueses, porque

falhei na minha missão de vos proteger e de proteger a economia» — era isto que o Primeiro-Ministro devia

estar hoje a dizer.

Aí, ao seu lado, está o Ministro da Administração Interna, que está tão fora da bancada que já quase está

nas escadas, à espera que o tirem ou que alguém lhe tire o lugar.

Protestos de Deputados doPS.

Este é um Ministro que prometeu subsídios de risco aos polícias, mas o que é que lhes deu? Deu-lhes 80 €,

em 14 meses! Depois de uma luta de 20 anos, deu 80 € de subsídio de risco às nossas forças de segurança,

forças de segurança estas que este Primeiro-Ministro teve hoje aqui a coragem de vir elogiar. São homens e

mulheres que lutam em todo o País para conseguirem controlar uma pandemia, e o que recebem é 80 €, durante

14 meses. E este Ministro ainda aqui está, do meu lado esquerdo, a olhar para mim.

É verdadeiramente uma vergonha o estado em que está a Nação! E não sei se este é, ou não, o estado da

oposição, mas a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes não devia estar preocupada com o estado da oposição,

devia estar preocupada, sim, com o estado a que o Governo do seu partido levou este País.

Em relação ao que se passou em Reguengos de Monsaraz, mais uma vez, tivemos uma situação

relativamente à qual o Sr. Primeiro-Ministro insiste em olhar para o lado: a comunidade cigana a viver acima e

fora do Estado de direito e a fazer aquilo que, em todas as zonas do País, continua a ser encarado com um

sentimento de impunidade, aquilo a que o País assiste, mas insiste em não ver.

Tivemos aí homens abandonados à sua sorte e um Ministro da Administração Interna que só reuniu com o

autarca local depois de eu próprio ter ido falar à esquadra da GNR, onde havia dois homens num posto para

reagir a centenas de pessoas, numa autarquia com uma população de milhares de pessoas.

Sr. Primeiro-Ministro, pode dizer hoje aos portugueses que há um problema com a comunidade cigana, não

só no Alentejo e no Ribatejo, como em muitos outros locais do País, ou vai continuar a olhar para o lado?

Mas este Ministro da Administração Interna que aqui está hoje também merece um olhar neste debate sobre

o estado da Nação. É que, desde a trapalhada do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), que tornou

Portugal no asilo da misericórdia em toda a Europa, passando pelo carro que circulava a 100, 200 ou 300

km/hora na autoestrada, até ao desmantelamento do apoio às nossas forças de segurança, acho, Sr. Primeiro-

Ministro, que, sondagem atrás de sondagem, estudo atrás de estudo, todos lhe pedem que este homem que

está aqui à minha frente e à minha esquerda deixe de ser Ministro da Administração Interna.

Sei que lhe dá jeito, porque, enquanto atacam o seu Ministro da Administração Interna ou enquanto atacam

a sua Ministra da Justiça, o Sr. Primeiro-Ministro foge como um para-raios aos ataques de que tem de ser alvo

neste Governo.

Não, Sr. Primeiro-Ministro, o estado da Nação não está fabuloso. E o Sr. Primeiro-Ministro que foi autarca…