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I SÉRIE — NÚMERO 90

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sua coesão territorial? É que falou há pouco disso! Explique lá isso, porque os seus Ministros não o conseguem

explicar, Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD.

O Governo tem sido muito mais escorregadio do que escorreito. Acho que o Sr. Primeiro-Ministro se julga

um pouco impune, está com excesso de confiança e, geralmente, estas coisas costumam dar um mau resultado,

e quem paga a fava, no final, é sempre o povo.

Sr. Primeiro-Ministro, é a sua liderança, o Governo é seu e o Sr. Primeiro-Ministro faz o que entender, mas

enquanto os seus ministros — muitos deles, mas um especial — se comportarem como se têm comportado, e

o Sr. Primeiro-Ministro os aplaude, colando-os que nem uma lapa ao seu Governo, mantendo-os lá, não leve

mal, mas todas as trapalhadas e bagunças que têm sido feitas são da sua responsabilidade. Já não é da deles,

é da sua responsabilidade, só!

Aplausos do PSD.

E, já agora, foi-lhe feita uma pergunta, mas o Sr. Primeiro-Ministro não conseguiu explicar. O Sr. Primeiro-

Ministro disse que não leu o despacho que o Ministro da Administração Interna fez. Não leu — nós acreditamos

nisso —, mas, já agora, revê-se nele?

O Sr. Primeiro-Ministro consegue, por acaso, validar um despacho que viola uma recomendação da Direção

da PSP (Polícia de Segurança Pública), no sentido de que não se deveriam fazer os festejos como foram feitos?

O Sr. Primeiro-Ministro revê-se nisso ou não?

Pergunto também o que é que pensa das declarações do Sr. Ministro da Administração Interna quando disse

que não foi nada, que o Governo não teve nada a ver com isso e que a culpa é do Sporting. Ainda mantém isso

ou quer dar aqui um corretivo ao Sr. Ministro da Administração Interna e repor a verdade como, aliás, deve ser

reposta?

O Sr. Ministro Eduardo Cabrita tem acumulado, digamos, desastres atrás de desastres, tem escondido

verdades atrás de verdades, tem sacudido a água do capote com a mesma facilidade com que respira. Portanto,

Sr. Primeiro-Ministro assuma o senhor, de vez, esta responsabilidade.

Acredito que queira ajudar um amigo, acredito, Sr. Primeiro-Ministro, acredito, fielmente, mas, sabe uma

coisa? Querer ajudar um amigo é uma virtude do ponto de vista humano e o Sr. Primeiro-Ministro até pode estar

a ser humanista, mas não está a ser estadista, porque essa ajuda a um amigo prejudica o País.

Sr. Primeiro-Ministro, bem pode profetizar, como profetizou hoje, que está quase a chegar o dia da libertação

dos portugueses, o chamado «freedom day». Pergunto-lhe, mesmo para terminar, se não lhe passou pela

cabeça comprar um bilhete só de ida, para alguns ministros, nomeadamente para o MAI (Ministro da

Administração Interna), logo, na primeira classe, para libertar, rapidamente, os portugueses de alguns ativos

tóxicos que o seu Governo, manifestamente, ainda tem.

Aplausos do PSD.

Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Edite Estrela.

A Sr.ª Presidente: — Antes de dar a palavra ao próximo orador, cumprimento as Sr.as e Srs. Deputados, o Sr. Primeiro-Ministro e restantes Membros do Governo.

Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Costa Matos, do Grupo Parlamentar

do PS.

O Sr. Miguel Matos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, a pandemia afetou todas as gerações, todos os setores, todas as causas. Confinou comunidades, atrasou sonhos.

Mas gostava de lhe falar em particular de uma geração, a nossa! Falo dos jovens que tiveram de se ajustar

a ter aulas online ou na televisão, dos jovens que aderiram em massa ao ensino superior, mas que viveram esse