17 DE SETEMBRO DE 2021
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Refiro, de seguida, os Projetos de Resolução n.os 1441/XIV/2.ª (PAR), 1442/XIV/2.ª (Deputada não inscrita
Joacine Katar Moreira), que baixa à 12.ª Comissão, 1443/XIV/2.ª (PAN), que baixa à 9.ª Comissão, 1444/XIV/2.ª
(Deputada não inscrita Joacine Katar Moreira), que baixa à 12.ª Comissão, 1445/XIV/2.ª (PCP), que baixa à 10.ª
Comissão, e 1446/XIV/3.ª (PAN), que baixa à 8.ª Comissão.
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Entramos agora no segundo ponto da agenda, que se refere à discussão, na generalidade, do Projeto de Lei n.º 516/XIV/2.ª (PSD) — Transfere a sede do Tribunal
Constitucional, do Supremo Tribunal Administrativo e da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos para
a cidade de Coimbra, procedendo à décima alteração à Lei n.º 28/82, de 15 de novembro (Lei da organização,
funcionamento e processo do Tribunal Constitucional), à décima terceira alteração ao Estatuto dos Tribunais
Administrativos e Fiscais, aprovado pela Lei n.º 13/2002, de 19 de fevereiro, e à terceira alteração à Lei Orgânica
n.º 2/2005, de 10 de janeiro (Lei de organização e funcionamento da Entidade das Contas e Financiamentos
Políticos).
Começo por dar a palavra, para uma intervenção, ao Sr. Deputado António Maló de Abreu, do PSD.
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de começar como o fez, um dia, Almeida Garrett na Sala dos Atos Grandes da Universidade de Coimbra, onde decorreram
episódios decisivos da História de Portugal, como foi o da proclamação de D. João I em 1385 — «ergo tardia a
voz, mas ergo-a livre», porque, apreciado pelos contemporâneos, admiraram-no vindouros de sucessivas
gerações, de Eça a Saramago, de António Nobre a Pessoa, de Régio a tantos outros.
Também aqui e agora se questionam e interrogam os homens, a história, a consciência da responsabilidade
pública, se apela à inteligência comprometida com o destino e à coragem de enfrentar preconceitos imobilistas
ou interesses pequenos.
Exatamente há um ano, em setembro de 2020, o PSD apresentou o projeto de lei ora em discussão,
considerando que a organização judiciária não pode ficar à margem de um processo mais abrangente de
descentralização lato sensu.
Portugal é, reconhecidamente, um dos países da União Europeia com o perfil mais centralizado e
centralizador. Por isso, também, as sedes da generalidade dos nossos altos tribunais se encontram na capital.
Mas vários e importantes são os exemplos de distanciamento geográfico entre a sede do poder político e a
sede de altas instâncias judiciais.
Daremos um sinal, um importante passo e uma guinada de sentido inverso à saga concentracionária se a
Casa da democracia aprovar esta iniciativa e transferir para Coimbra as sedes do Tribunal Constitucional e do
Supremo Tribunal Administrativo.
Aplausos do PSD.
É mais do que tempo de abrir caminho e olhar para o território nacional como um todo, porque não há chão
pátrio menor ou dispensável. Temos aqui a oportunidade para passar das palavras aos atos e para honrar a
palavra dada — também e não menos importante.
Para esta deslocalização, a escolha de Coimbra é óbvia, porque reúne condições ímpares: pela sua posição
geográfica, pela sua indelével característica de Cidade Universitária e pela relevância reconhecida, no plano
nacional e internacional, no ensino do Direito.
A Sr.ª Ana Miguel dos Santos (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Mas permitam-me um aviso à navegação: é igualmente fundamental que a Coimbra profunda não se acomode em esperas para agir, por visitas governamentais para exigir, por
crises para reagir. Que seja afirmativa e autêntica, sem medo da polémica e que abrace as grandes causas.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Muito bem!