I SÉRIE — NÚMERO 2
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O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Esquecem-se, não de Coimbra, mas esquecem-se de Guimarães, esquecem-se de Viana do Castelo, esquecem-se da Guarda, esquecem-se de Portalegre, esquecem-se de
Aveiro, esquecem-se do País. Estão em Lisboa!
Aplausos do PSD.
O Presidente do Partido Social Democrata, há muitos anos, repito, há muitos anos, defende a transferência
do Tribunal Constitucional para Coimbra.
Apresentámos esta proposta há 365 dias, há um ano. Só hoje, infelizmente, é discutida.
Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, julgo que conhece quem está aqui sentado…
Neste momento, o orador exibiu um artigo do jornal Expresso, com uma fotografia do Primeiro-Ministro,
António Costa.
É o Dr. António Costa, é o Primeiro-Ministro, que disse ao Expresso, em 11 de agosto de 2018, «(…) acho
que era bom que outras instituições pudessem estar sediadas noutras cidades. Perguntam-me muitas vezes por
que é que a sede do Tribunal Constitucional não é em Coimbra, e eu próprio me interrogo. Aí está um bom
exemplo. Não vejo nenhum motivo para que isso não aconteça. É um exemplo, é um serviço que com facilidade
se pode deslocar.»
Aplausos do PSD.
O vosso problema, Sr. Deputado, é a vossa incoerência.
O vosso problema, Sr. Deputado, é a vossa falta de credibilidade.
O vosso problema, Sr. Deputado, é a vossa falta de coragem, porque não dizem o que pensam, não fazem
o que dizem e deviam fazê-lo.
É com pena que vejo o Partido Socialista fora desta discussão, não a do Tribunal Constitucional para
Coimbra, mas a da descentralização, da desconcentração, da deslocalização.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado, peço-lhe que termine.
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Vamos ao debate, em sede de especialidade! Tenham coragem de o fazer!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos, agora, ao terceiro ponto da nossa ordem de trabalhos, para apreciar, na generalidade, o Projeto de Lei n.º 148/XIV/1.ª (CDS-PP) — Modelo de financiamento dos
hospitais integrados no Serviço Nacional de Saúde.
Para dar início ao debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A atual Lei de Bases da Saúde estabelece, na Base 4, que é fundamento da política de saúde, e cito, «a gestão dos recursos disponíveis
segundo critérios de efetividade, eficiência e qualidade».
Na mesma linha, a Base 20 desta nossa Lei de Bases da Saúde determina que um dos princípios pelos quais
o SNS (Serviço Nacional de Saúde) deve pautar a sua atuação é a «sustentabilidade financeira, tendo em vista
uma utilização efetiva, eficiente e de qualidade dos recursos públicos disponíveis».
A verdade, Sr.as e Srs. Deputados, é que o SNS tem a sua sustentabilidade grave e cronicamente
comprometida: por um lado, pelo menos desde 2013, regista anualmente um défice, sendo que o Orçamento do
Estado para 2021 apresentava, mesmo antes de começar, um valor negativo de 89 milhões de euros; por outro