I SÉRIE — NÚMERO 4
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cerca de 90% do eleitorado. Promete muito, bate forte no peito, mas tudo espremido fica muito pouco e
pressente-se o balão a esvaziar.
Já o Iniciativa Liberal tem uma estratégia oposta, privilegiou a qualidade das candidaturas e não a quantidade
das candidaturas.
O Sr. Miguel Matos (PS): — Viu-se!
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Optou pelo crescimento sustentado, atraindo eleitores que entendem e abraçam as ideias liberais e que, por isso, são uma base sólida de crescimento.
O Iniciativa liberal definiu objetivos autárquicos que atingiu com sucesso, mas não é por isso que nos veem
em bicos dos pés a clamar vitória.
Dissemos que queríamos ter uma estreia autárquica melhor do que o tinham feito o Bloco de Esquerda em
2001 e o PAN em 2013, nas suas primeiras eleições locais. Conseguimos, superámos esses partidos em número
de votos e em número de mandatos.
Dissemos que queríamos manter as ideias liberais na agenda política, agora com incidência mais local, e
conseguimos. Um pouco por todo o País em que apresentámos candidaturas estiveram-se a discutir propostas
liberais para mobilizar a vontade e a energia das pessoas em cada município. Propostas como a devolução
integral do IRS aos munícipes, a transparência das autarquias na sua relação com os munícipes, a eliminação
de taxas e taxinhas, o papel da iniciativa privada e da concorrência na resolução de problemas, como os
transportes ou a habitação, estiveram sempre nessas agendas.
Dissemos que era importante ter liberais a mostrar que o liberalismo funciona também a nível autárquico.
Conseguimos. Serão, a partir de agora, 90 os autarcas liberais a defender estas ideias e a fazer escrutínio em
autarquias por todo o País, desde o País mais rural ao País mais urbano.
E, sobretudo, trouxemos para a atividade política novos atores, muitos que já não acreditavam nas virtudes
da participação cívica e política. Cerca de 90% dos mais de 3000 portugueses que integraram as nossas listas
não tinham experiência política prévia, a maior parte deles jovens cheios de talento e de vontade de fazer algo
pelo seu País. Isto é verdade para os que estavam nas listas, mas também é verdade para os que votaram em
nós.
Por isso dizemos, nesta altura em que, recordo, o ciclo político não mudou mas começou a mudar, que o
tempo está do nosso lado e que o futuro é liberal.
O Iniciativa Liberal tem a grande vantagem de saber, e poder demonstrá-lo, que as ideias que defende
funcionam e que isso irá ser evidente para um número crescente de portugueses a quem convenceremos, um
de cada vez. É por isso que assumimos que a tarefa de tornar Portugal um País mais liberal é uma maratona e
que não iremos trocar esse desígnio para o País por ganhos erráticos ou eleitorais imediatos. Seremos
persistentes, seremos coerentes, seremos pacientes e estamos confiantes, porque o futuro é liberal.
O Sr. Presidente: — Para formular um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Matos, do Grupo Parlamentar do PS.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Matos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, o Iniciativa Liberal vem hoje falar-nos de um ciclo político diferente. E o ciclo político renovou-se, sem dúvida,
nas 308 autarquias do nosso País.
Mas o ciclo político tem, de facto, algumas semelhanças com o anterior, desde logo, uma maioria de câmaras
e freguesias governadas pelo Partido Socialista.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Duarte Marques (PSD): — Desgovernadas!
O Sr. Miguel Matos (PS): — Além disso, há um liberalismo debaixo da pele de cordeiro. O que demonstraram os seus candidatos autárquicos? Ora ideias de mais Estado, ora ideias de mais preconceito e mais