8 DE OUTUBRO DE 2021
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Sr. Deputado, como todos sabemos, na vida política às vezes é arriscado assumir compromissos, porque
há muitos imprevistos que, por muito boa-fé que tenhamos quando assumimos os compromissos, não
controlamos a possibilidade de os executar.
Desta vez era tudo muito fácil, porque não havia promessas a fazer. Havia, simplesmente, que descrever o
que Portugal tinha contratualizado com a Comissão Europeia que a Comissão Europeia se tinha obrigado a
financiar e, portanto, não havia imprevisto possível relativamente à sua execução ou não execução.
O que é absolutamente extraordinário é que quer as próprias lideranças partidárias, quer os próprios
autarcas dos seus partidos não tivessem reclamado como suas as vitórias relativamente aos compromissos
assumidos de financiamento da Comissão Europeia. Isso é que é absolutamente extraordinário!
Aplausos do PS.
Mas o que temos de fazer é muito simples: arregaçar as mangas, pôr mãos à obra e pôr em execução no
terreno o Plano de Recuperação e Resiliência que, neste momento, já está em curso. Não sei, já perdi a conta,
embora o Sr. Ministro do Ambiente e Ação Climática saiba, mas há milhares de famílias que já receberam
verbas do Fundo de Recuperação e Resiliência precisamente pelas intervenções que fizeram no que respeita
à eficiência energética das suas habitações.
Neste momento, já há empresas que estão a candidatar-se aos fundos em aberto; já há instituições do
ensino superior a candidatar-se aos fundos em aberto; já há autarquias que têm contratualizada a realização
de obras; há CIM (comunidades intermunicipais) que já têm contratualizadas as suas obras.
Dou um exemplo, entre muitos outros que poderia dar, porque assisti: durante anos, andaram a prometer
fazer a barragem do Pisão, fundamental para todo o Alto Alentejo. Já está contratualizada com a CIM do Alto
Alentejo a realização da barragem do Pisão. Só tem agora de a executar, porque está contratualizado o seu
financiamento!
Aplausos do PS.
Constatei, nesta campanha, que há um enorme distanciamento entre as lideranças partidárias, os seus
autarcas e a realidade no terreno. Vivem numa realidade ficcional que não tem nada a ver com a realidade do
que está a acontecer no País, do que os seus próprios autarcas estão a fazer, do que os seus próprios
autarcas estão a contratualizar e do esforço nacional que há de recuperação e transformação do nosso País.
Felizmente, há Governo; felizmente, há uma grande maioria nacional para apoiar esta transformação, e
contamos com os autarcas de todos os partidos para dar boa execução a este Plano de Recuperação e
Resiliência.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.as e Srs. Deputados, antes de darmos início à segunda ronda deste debate, a Mesa informa que, tal como costuma acontecer nestes debates, os tempos negativos
entretanto acumulados descontam nos tempos da segunda ronda, para que a regra se possa manter.
Vamos, então, dar início à segunda ronda e, para o efeito, tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar
do CDS, o Sr. Deputado Pedro Morais Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, no final da passada sessão legislativa, o Parlamento aprovou alterações a
duas leis fundamentais, estruturantes, na área da defesa nacional — a Lei de Defesa Nacional e a LOBOFA
(Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.)
Para a aprovação e promulgação das mesmas, o contributo do CDS foi determinante, pois foram as
alterações que introduzimos que melhoraram as duas propostas iniciais fortemente criticadas, incluindo pela
esmagadora maioria do ex-chefes do Estado-Maior.
Na nota publicada pelo Sr. Presidente da República, aquando da promulgação, é reconhecido o trabalho do
CDS, quando é referido que a versão final atenuou uma ou outra faceta mais controversa.