I SÉRIE — NÚMERO 9
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mercadorias, sendo o único acesso dos aquistas do litoral às termas de São Pedro do Sul, cuja importância
para o turismo e para a saúde é por todos conhecida e reconhecida.
No entanto, como foi claramente explanado pelos peticionários, as caraterísticas arcaicas deste traçado
impossibilitam a circulação rodoviária com a qualidade que a região necessita. A falta de segurança rodoviária
do mesmo há muito que coloca em causa o desenvolvimento económico e social desta região, sendo um
entrave — sublinho, um entrave! — para o seu desenvolvimento.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, este é um problema que afeta a região e que nos preocupa.
Preocupa-nos muito a nós, PSD! Há muito que este problema é conhecido. Não só é conhecido o problema,
como reconhecida a necessidade de ocorrer uma intervenção urgente, uma intervenção adequada aos novos
tempos e às suas exigências.
E tanto assim é que, contrariamente àquilo que a anterior intervenção nos quis fazer crer, desde 2015 a
Infraestruturas de Portugal coloca esta intervenção no seu plano de atividades como prioridade.
No entanto, até ao momento nada foi feito, sendo as populações obrigadas a apresentar esta iniciativa
junto da Assembleia da República, e, por esse motivo, as minhas felicitações.
Impõe-se, pois, a pergunta: se assim é, qual foi o motivo para nada ter sido feito? Para nós, PSD, é muito
claro: a falta de investimento público verificado nos últimos seis anos de governação socialista, bem como a
falta de vontade política, quer do Governo quer dos partidos que o apoiam na governação, responsáveis pela
aprovação dos Orçamentos. Sobre eles cabe a responsabilidade de nada estar feito.
Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, importa sermos claros nos nossos propósitos e por isso digo
que não basta ao Partido Socialista e aos que lhe são solidários na aprovação do Orçamento bater com a mão
no peito, como fizeram durante as audições aos peticionários, e dizer que estão muito preocupados com a
questão e depois nada fazerem.
E se o problema é orçamental, então utilizem-se os mecanismos financeiros existentes para o resolver, não
deixando que o mesmo fique de fora, como aconteceu com o Plano de Estabilidade Económica e Social e com
o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Consideramos, pois, que o investimento que está em causa não só é justificável como claramente
acomodável, faltando apenas a vontade política, como já referi, para que o mesmo seja concretizado.
Da nossa parte, PSD, o contributo já foi dado quando, em 2015, este investimento foi considerado no plano
de atividades da Infraestruturas de Portugal e, se o mesmo não foi executado, foi porque ocorreu mudança de
Governo, e o que se sucedeu deixou-o cair.
Aplausos do PSD.
Risos do PCP e do PEV.
Por isso, dizemos que apenas falta vontade política!
Termino, deixando uma palavra, em nome do PSD, aos peticionários e um desafio ao PS. Aos peticionários
quero dizer que podem contar com o PSD, podem continuar a contar connosco para, conjuntamente,
ultrapassarmos este grave constrangimento para o desenvolvimento da região, cabendo ao PS ser claro e
consequente nos seus propósitos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, em nome do PAN, o Sr. Deputado Nelson Silva.
O Sr. Nelson Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de começar por saudar os peticionários.
Ainda estou a refletir um pouco sobre esta última intervenção. É que esta estrada necessita de
requalificação há décadas e décadas e, entretanto, houve vários Governos, incluindo do PSD! E para quem os
ouve falar até parece que alguma vez isto foi importante para os Governos de direita!