I SÉRIE — NÚMERO 11
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tarifa social para o gás e para a eletricidade. Mais do que uma tarifa social ou familiar, o que se impõe é a
regulação desses preços, o que se impõe é, efetivamente, baixar os custos que existem no nosso País com o
gás e com a eletricidade, como, aliás, o PCP propôs, o que também foi rejeitado na Assembleia da República.
Por isso, se os senhores quisessem efetivamente resolver esse problema e se os senhores quisessem ter
uma política de incentivo e de promoção da natalidade, teriam naturalmente outras opções políticas, que não
são as que trazem aqui à votação.
O caminho que os senhores defendem não é um caminho de promoção da natalidade, mas, sim, um caminho
de promoção da exploração dos trabalhadores e das famílias.
Aplausosdo PCP.
OSr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, no encerramento deste debate, o Sr. Deputado Pedro Morais Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, gostaria de começar por agradecer os contributos que foram dados. O debate, de facto, foi muito animado.
Queria deixar aqui nota — os dados são factuais — que Portugal tem menos de 200 000 pessoas do que
tinha em 2011. E, no primeiro semestre deste ano, a natalidade atingiu…
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Está a falar de pessoas ou de natalidade?!
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Estou a falar de pessoas e, agora, estou a falar de natalidade: no primeiro semestre deste ano a natalidade atingiu o valor mais baixo dos últimos 30 anos. Nasceram apenas 37
000 bebés desde…
Protestosda Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.
Sãomentira estes dados?
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Assim não vai lá!
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Não vou lá?!| Nasceram apenas 37 000 bebés no primeiro semestre. São os números mais baixos e a tendência,
infelizmente, é de queda ano após ano. Tem, de facto, de existir um verdadeiro pacote de medidas alargado que
dê mais condições às famílias. Tem de existir, também, uma verdadeira política fiscal amiga das famílias.
Em relação às creches, procurando as medidas no Orçamento do Estado do Partido Socialista para 2022,
são muito poucas as medidas de apoio às famílias relativamente a incentivos à natalidade.
Protestosda Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.
Existeuma medida, que diz respeito à gratuidade das creches para os filhos das famílias pertencentes aos
1.º e 2.º escalões da segurança social. Mas recordo, Sr. Presidente, que existem muitas zonas do País, em
especial nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, em que não há vagas nas creches para as famílias
colocarem os seus filhos, em que a rede de creches não existe ou não funciona, tem poucas vagas, em que não
existe contratualização com privados, como deveria, setor esse que tem vagas e está disponível para que
possam existir acordos. As famílias também não encontram solução nos jardins de infância porque não existem.
O Ministério da Educação não consegue colocar as crianças com 3 ou 4 anos na rede de ensino público. Com
5 anos conseguem, mas, infelizmente, com 3 e com 4 anos não conseguem. E não é só nas Áreas
Metropolitanas de Lisboa e do Porto, Sr.ª Deputada.
Terminando, Sr. Presidente, não existem, de facto, condições, daí ter de existir uma verdadeira política amiga
das famílias no sentido de permitir que possam ter mais filhos.