O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE OUTUBRO DE 2021

61

O Sr. Bruno Dias (PCP): — E as pessoas empobrecem a trabalhar!

O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital: — Nós estamos a criar as condições para mais e melhor emprego.

E, abusando do tempo, Sr. Presidente, direi o seguinte: aquilo que mais me custa nesta situação é que há

um segmento dos nossos trabalhadores que são sistematicamente ignorados nestas discussões que temos

aqui. Nós fizemos uma proposta de lei sobre a Agenda do Trabalho Digno para proteger aqueles que estão

precários, aqueles que trabalham nas plataformas, aqueles que vivem, anos e anos a fio, em empresas de

trabalho temporário com contratos a termo certo.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Protegem pouco e mal!

O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital: — Essas pessoas merecem uma outra atenção. Na semana passada, conhecemos um estudo que diz que, dos nascidos depois de 1990 — e estamos

a falar das pessoas com idade entre os 20 e os 30 anos —, 60% deles estão no trabalho precário e não

conseguem passar para um contrato a termo. É para estes que é preciso falar, é disto que é preciso tratar.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Ministro, queira concluir, por favor.

O Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital: — E o que mais me custa é que a proposta de lei da Agenda do Trabalho Digno caduque se esta Assembleia for dissolvida, sem sequer dar oportunidade

para discutir as leis laborais.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Neste momento, a Mesa não dispõe de inscrições, pelo que vou perguntar aos grupos parlamentares, por ordem crescente, se pretendem gastar os tempos sobrantes.

Assim sendo, começo por perguntar ao Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo se pretende usar da palavra

nesta fase.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Não, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (António Filipe): — O Grupo Parlamentar do CDS também informa que não pretende usar da palavra.

Pergunto ao Grupo Parlamentar do PCP se pretende usar o tempo sobrante de que dispõe.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sim, Sr. Presidente, pretendemos utilizar esse tempo. A Sr.ª Deputada Ana Mesquita irá fazer uma intervenção.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Muito bem. Tem, então, a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do PCP.

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: A existência de um serviço público de cultura devidamente estruturado em todo o território nacional é

imprescindível à democracia e é um direito de todos. O País bem precisa que isto seja uma realidade.

O Estado, enquanto garante da livre criação artística e da fruição cultural, tem de assegurar uma forte

componente de financiamento público e de garantir a independência e a autonomia de criação dos interesses

privados ou das lógicas estritas de mercado e tem, além disso, de encarar a cultura como trabalho. E trabalho,

Sr.as e Srs. Deputados, tem de ser trabalho com direitos.

Aplausos do PCP.