I SÉRIE — NÚMERO 17
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desta tecnologia, que é uma tecnologia de futuro, essencial para as telecomunicações avançadas, fundamental
para Portugal e os portugueses ganharem o futuro.
A implantação e difusão da tecnologia 5G faz as empresas mais modernas e mais competitivas, os serviços
públicos mais eficazes e a vida quotidiana mais cómoda e mais próxima do cidadão.
Os outros países avançam, implantam, alargam e difundem a sua rede de telecomunicações 5G, conscientes
de que assim se ganha o sucesso, e o bem-estar no futuro. Nós nem começámos. Parados, paradinhos!
Na semana passada — recordam-se? —, o Primeiro-Ministro atirava as responsabilidades desta abulia para
a ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações), a entidade reguladora do setor.
É sabido que o Governo socialista detesta entidades reguladoras independentes,…
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — É verdade!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … mesmo quando as enxameia com amigos, familiares, camaradas e ex-camaradas.
Aplausos do PSD.
A culpa era, então, do regulador.
Não! A culpa é sua, Sr. Primeiro-Ministro, duplamente sua. É sua porque, pela lei, o Sr. Primeiro-Ministro
pode propor a destituição deste conselho de administração, que tanto prejuízo traz aos portugueses. E é sua
porque foi quem escolheu, propôs, fez aprovar e nomeou o Presidente da ANACOM, o Dr. Cadete de Matos,
seu amigo do peito.
Fale com o seu amigo Cadete. Diga-lhe que tem de sair desta abulia, deste estado de far niente, que tem de
«dar corda aos sapatos» e implementar a rede de telecomunicações fundamental para Portugal. Chame-o já ao
seu gabinete, hoje mesmo, se possível, e ponha fim a esta vergonha, Sr. Primeiro-Ministro!
Claro que há um problema: enquanto o leilão do 5G se arrasta sem fim à vista e o futuro dos portugueses
fica comprometido, o Dr. Cadete, o amigo Cadete, bronzeia-se, dança e diverte-se nas Caraíbas, em Curaçau.
Tudo num dolce far niente, e nós todos a pagar, pois claro!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Ai, os amigos! Sempre os amigos do Dr. António Costa a agarrarem-se ao Estado como se fosse deles, retraçando e distribuindo cargos, vantagens, benefícios entre amigos, familiares,
camaradas e ex-camaradas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Era certo e sabido, desde a primeira hora, que a geringonça trazia no
ventre o pântano. O pântano económico, traduzido, por exemplo, no retrocesso da competitividade. O pântano
social, já visível nas ruas, onde as greves se multiplicam e infernizam a vida do cidadão comum. O pântano dos
valores — pois claro! —, quando qualquer amigo de pacotilha prevalece sobre os melhores. E o pântano político,
que fica à vista sob a forma de cadáver que hoje vamos enterrar.
Aplausos do PSD.
Sempre que o Partido Socialista governa, Portugal acaba enterrado num pântano. É um pântano que nos
deixa de pantanas. Foi assim com António Guterres, com José Sócrates e, agora, com António Costa.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Que estranha coincidência! Os três socialistas, os três a governarem durante seis anos, os três a saírem de Primeiro-Ministro a meio do segundo mandato, os três a deixaram para trás um
pântano.
Aqui chegados, fica uma dúvida e uma certeza — e com isto termino. A dúvida é sobre a dimensão e a
especificidade do pântano que o País vai, pela terceira vez, herdar do Governo do Partido Socialista. A certeza,