28 DE OUTUBRO DE 2021
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O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Mais do que um debate orçamental, estes dois dias converteram-se numa extensa moção de
censura ao Governo. E, ao que tudo indica, a moção de censura ao Governo de António Costa vai ser aprovada
e o Orçamento do Estado para 2022 vai ser reprovado, e também pelos seus antigos aliados da esquerda radical.
Pouco falta para a geringonça chegar ao estado de rigor mortis. Paz à sua alma!
Aplausos do PSD.
A geringonça era uma aliança contranatura. Sobreviveu, de sobressalto em sobressalto, até ao assalto final.
E morre hoje, aqui, no meio do azedume, das acusações mútuas e de uma irascibilidade que irá crescer nos
próximos tempos, com insultos à mistura, a que já assistimos esta manhã, com os mimos entre a Sr.ª Deputada
Ana Catarina Mendes e a bancada do Bloco de Esquerda.
Protestos do BE.
É só o começo!
Recordemos: para salvar a pele da derrota eleitoral nas legislativas de 2015, o Dr. António Costa, armado
em engenheiro político, idealizou-a, construiu-a, sustentou-a, alimentou-a, elogiou-a e, finalmente, odiou-a.
O Dr. António Costa diz-se frustrado, mas isso não é verdade. O Dr. António Costa, hoje, sente-se é aliviado.
Aplausos do PSD.
E o País? E os portugueses?
O País está pior e os portugueses estão, sobretudo, sobressaltados. O País e os portugueses estão mais
endividados.
Estamos a regredir face aos nossos parceiros da União Europeia e a caminho acelerado para esse lugar
infecto, que é a cauda da Europa. Os outros países avançam, nós recuamos. Estamos a recuperar
economicamente da crise pandémica, é certo, mas mais lentamente do que os outros.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — É isso mesmo!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Os serviços públicos não funcionam e não respondem às necessidades dos portugueses na saúde, educação, justiça.
O Governo diz que nunca gastou tanto. Teoricamente, é verdade, mas, depois, o Governo não é capaz de
executar os Orçamentos que antes aprovou e fez aprovar. Os Orçamentos converteram-se num faz-de-conta.
Os impostos atingem níveis insustentáveis.
E as desigualdades sociais? As desigualdades sociais são a nossa chaga mais viva, uma chaga que nos
deveria envergonhar a todos.
E as empresas? As empresas são maltratadas e as entidades patronais são vexadas na praça pública.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — A geringonça pode não gostar das empresas e dos empresários, mas é lá que nasce o emprego, o salário que põe o pão na mesa dos portugueses e o financiamento do nosso sistema social,
nomeadamente das pensões.
Aplausos do PSD.
O País faz má figura na competitividade, que é baixa e que nos rebaixa.
Falando em competitividade, vem muito a propósito referir a situação desastrosa da implantação da rede de
telecomunicações móveis 5G. Portugal está abúlico — repito, abúlico, não tenho outra palavra! — na instalação