11 DE NOVEMBRO DE 2021
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O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — A lei não se aplica aí!
A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Quanto ao PSD, falou, falou, falou, mas não conseguiu explicar qual é a sua posição e porque é a favor de um cartão de fichagem, de cadastragem dos adeptos, que faz lembrar o tempo
da «outra senhora», e em que é que isso combate a violência, o racismo ou a xenofobia. Não conseguiu!
Protestos do PSD.
Aliás, o PSD faz uma coisa espantosa: vem para este debate falar de uma proposta que não está em votação
— isso foi em 2019! O PSD pega na proposta de 2019 para não se pronunciar, porque não tem coragem de se
pronunciar sobre a proposta de 2020!
Aplausos do PCP.
Aliás, o que ninguém conseguiu aqui explicar é de que forma o facto de um adepto, para se poder manifestar
livremente, para poder ter uma bandeira, tenha de se dirigir a uma determinada zona e pagar 20 € — e não pode
levar um filho consigo — é combate ao racismo, à xenofobia e à violência. Não conseguimos perceber e espero
que alguém consiga aqui explicar isto.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para encerrar o debate, tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo. Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me que dirija daqui a primeira palavra aos adeptos que possam estar a seguir este debate em direto ou um pouco mais tarde,
em gravação.
Meus caros adeptos, está quase, está quase! Falta apenas aquilo a que hoje aqui assistimos — que só
alguns, entre eles e à cabeça o Iniciativa Liberal, fizeram —, ou seja, que todos reconheçam a morte do cartão
do adepto e estejam disponíveis para lhe passar a certidão de óbito.
A que é que temos assistido durante este debate? O PS até há dias tinha a teoria de que três meses de
aplicação da lei era pouco para avaliar os seus resultados. Faz lembrar o Primeiro-Ministro que, neste Hemiciclo,
há um mês, também fazia de conta que não sabia o que se estava a passar e um mês não foi suficiente para
que se apercebesse da total inutilidade do cartão do adepto.
Convém não fazer confusão: no combate ao racismo, à xenofobia e à violência no desporto, a importância
do cartão do adepto é zero, absolutamente zero! Atrevo-me até a dizer que o cartão do adepto tende a piorar as
condições de assistência aos espetáculos desportivos e, com isso, a aumentar as condições para a existência
de violência no desporto.
Quanto ao PSD, fiquei na dúvida. O Sr. Deputado Emídio Guerreiro listou 20 entidades que foram ouvidas
da última vez. Se está a querer dizer que vão ser ouvidas 20 entidades desta vez, quero avisar também os
adeptos que isto significa que vamos continuar a ter cartão do adepto até ao fim da época.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Foi o que a Comissão aprovou!
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Portanto, muita atenção: o compromisso do Iniciativa Liberal é que vamos manter a pressão para que o cartão do adepto chegue ao fim até ao Natal, pois será um belo presente
que daremos a todos os que gostam de assistir a espetáculos desportivos.
O Sr. Deputado diz: «O Iniciativa Liberal parece presciente; a 5 de agosto já pedia a revogação do cartão do
adepto». Não precisámos de ver a aplicação prática do cartão para saber que se tratava de uma evidente,
evidente, repito, infração dos direitos fundamentais das pessoas, de uma manobra discriminatória e,
provavelmente, inconstitucional. E também não precisávamos de ser prescientes para saber — basta conhecer