19 DE NOVEMBRO DE 2021
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Mas não é esse o nosso debate. O nosso debate é simples! Temos de olhar para o tempo que vivemos e o
tempo que vivemos exige que tenhamos um aproveitamento dos nossos recursos.
O País tem recursos que deve aproveitar, desde que tenha meios para garantir condições ambientais e
remuneração para as populações. Este é o ponto: condições ambientais, cumprimento das regras estritas de
defesa do ambiente! É que, se olharmos para o ambiente, não podemos vir aqui às terças, quintas e sextas-
feiras defendê-lo e às segundas, quartas e sábados dizer «não, não queremos o ambiente, porque esta coisa
do lítio é uma chatice».
Ou seja, nós caminhamos para uma transformação digital, para uma transformação climática, em que é
necessário aproveitar os recursos, mas, por outro lado, não queremos aproveitar os recursos.
Srs. Deputados, entendam-se! Olhem para a dignidade parlamentar! Nós estamos aqui a defender o País,
não estamos aqui a defender quatro ou cinco votos que são mais importantes para as próximas eleições no
dia 30 de janeiro.
Aplausos do PS.
Este País precisa de olhar para a frente, precisa de progresso, precisa de investimento, precisa de estar à
altura do tempo! E o que tivemos aqui, hoje, foi uma aliança entre uma esquerda estatista e uma direita que
não sabe o que é hoje para conseguir derrubar um decreto que é dos mais avançados da Europa, dos que
mais garante o ambiente e as populações.
Aplausos do PS.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Se a desonestidade pagasse imposto, tínhamos aqui um poço de petróleo, tínhamos aqui uma mina de desonestidade!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, peço desculpa, permite-me o uso da palavra?
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado Adão Silva, pede a palavra para que efeito?
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, é para uma interpelação à Mesa, que decorre da intervenção que acaba de ser feita pelo Sr. Deputado Ascenso Simões.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, podia pedir a palavra para defesa da honra, mas não o vou fazer. Aquilo que quero dizer é o seguinte: V. Ex.ª conduz superiormente os trabalhos desta Câmara. Quanto
ao histrionismo, à palhaçada que os Deputados queiram fazer nas suas intervenções, estão no seu direito,
mas V. Ex.ª perceberá que não aceito que o Sr. Deputado Ascenso Simões venha para aqui com umas
mentiras ou, como dizem na minha terra, com umas larotas, a tentar armar-se em engraçado, invocando o
meu nome. Não posso aceitar!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Ascenso Simões.
O Sr. Ascenso Simões (PS): — Sr. Presidente, conhecendo eu o Regimento, como conheço, de trás para a frente, faço uma interpelação à Mesa nos mesmos termos.
Sr. Presidente, tenho muito respeito pelos palhaços. É uma profissão digna, é uma profissão que paga
impostos, é uma profissão que diverte as nossas crianças. Nunca na minha vida me passaria pela cabeça vir
aqui utilizar os palhaços, que são pessoas tão importantes, para fazer debate político. Mas também não
utilizaria os regionalismos do Sr. Deputado Adão Silva, porque, ao longo desta Legislatura de dois anos, o Sr.
Deputado Adão Silva utilizou tantos regionalismos que, praticamente, a vida política nacional não o entendeu.