I SÉRIE — NÚMERO 27
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O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Ele disse o seguinte na sua tomada de posse: «O nosso objetivo é que, cada dia, mais e mais pessoas optem, de forma natural, pelos transportes coletivos e sustentáveis».
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — E bem!
O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — E bem aqui também! E disse também: «Por isso, queremos tornar os transportes gratuitos para induzir novos hábitos entre os
mais novos».
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora!
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Quem diria!?
O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Esta é a verdade: ele disse isso na tomada de posse, disse isso no Conselho Municipal de Juventude e disse isso, agora, numa entrevista na rádio Renascença.
Portanto, Sr. Deputado, entenda-se com o seu companheiro Carlos Moedas para ver se o PSD só tem um
discurso sobre isto, porque ter um discurso na Câmara e ter outro discurso aqui e vir falar em encenações não
rima.
Por fim, quanto à pergunta da Sr.a Deputada Diana Santos, do Bloco de Esquerda, partilhamos o diagnóstico
que faz sobre as políticas de Portugal, no que diz respeito às pessoas com deficiência. Pretendemos garantir as
acessibilidades a todas as pessoas e é por aí que devemos caminhar.
Sr.a Deputada, se acha que esta proposta é insuficiente, contamos com o Bloco de Esquerda para que, sendo
aprovada na generalidade, possa trazer propostas, em sede de especialidade, que a possam tornar mais robusta
e menos insuficiente. Estamos de acordo, Sr.ª Deputada, é preciso garantir o espaço público a todos os
cidadãos.
Sr. Deputado Hugo Costa, do Partido Socialista, quanto a orgulho no trabalho em conjunto, é claro que temos
orgulho. Já o disse aqui, várias vezes e em várias ocasiões: o PART foi uma medida absolutamente excecional
no que diz respeito ao combate às alterações climáticas. Contudo, também é verdade que foi aprovado muito
por pressão dos partidos à esquerda. Mas isso não interessa: o PART está no terreno, aproveite-se! O que é
preciso, agora, é levá-lo a todo o território e tornar os transportes públicos gratuitos. É para aí que temos de
caminhar.
O Sr. Deputado referiu-se, depois, à questão dos transportes em geral. Recordava-lhe que o Governo tinha,
por exemplo, no seu Programa, uma proposta para levar o transporte ferroviário a todas as capitais de distrito,
mas, até agora, nada.
Depois, Sr. Deputado, ninguém deitou o Governo abaixo! O Sr. Deputado viu mal o filme! O Sr. Deputado
não podia exigir que Os Verdes votassem a favor de um Orçamento do Estado com o qual não concordavam.
Das 15 propostas que Os Verdes fizeram chegar ao Governo, o PS apenas deu luz verde a uma e à última hora,
de maneira a impossibilitar qualquer conversa antes da votação na generalidade.
Portanto, o Sr. Deputado não pode vir dizer que foram Os Verdes que derrubaram o Governo, pois Os Verdes
limitaram-se a votar contra um Orçamento do Estado que não respondia às necessidades do País.
Se o PS percebeu que era uma boa altura para ir disputar eleições…
Protestos do Deputado do PS André Pinotes Batista.
Como dizia, se o PS percebeu que era uma boa altura para ir disputar eleições, fez o que tinha a fazer. Não
pode é estar a responsabilizar outros!
Portanto, nós não temos Orçamento do Estado porque o Governo e o Partido Socialista não o quiseram. Não
temos Orçamento do Estado porque o PS não conseguiu apresentar um Orçamento do Estado que agradasse
à esquerda — ponto! Sobre essa matéria, creio não haver mais dúvidas.
O Sr. Deputado falou também sobre a ferrovia. Ora, quero dizer-lhe que o Governo está a falhar ao nível do
Ferrovia 2020 e que os projetos estão todos a derrapar para 2023. Por exemplo, as Linhas de Cascais e do
Douro e o metrobus em Coimbra são as primeiras e principais baixas do Ferrovia 2020, o que, aliás, o Governo