I SÉRIE — NÚMERO 29
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que neste texto final deveria ter ficado expressa não apenas a recuperação das listas de espera, mas também
a retoma da atividade, pois entendemos ser relevante que esta se normalize para assegurar resposta
permanente aos casais que a estes tratamentos recorrem.
Neste sentido, e tendo votado a favor deste texto final, cujos título, preâmbulo e ponto 7 também decorrem
da aprovação de propostas do Grupo Parlamentar do CDS-PP, consideramos pertinente a apresentação desta
declaração de voto.
Palácio de São Bento, 29 de novembro de 2021.
O Deputado do Grupo Parlamentar do CDS-PP, Miguel Arrobas.
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Relativa ao texto final, apresentado pela Comissão de Trabalho e Segurança Social, sobre os Projetos de
Lei n. os 165/XIV/1.ª, 588/XIV/2.ª, 590/XIV/2.ª e 617/XIV/2.ª:
Todas as pessoas reconhecem que o Bloco lutou muito por uma lei que respeite as pessoas com deficiência.
Esta luta, que já vem desde 2016, da qual fomos porta-voz, tem muitos anos e teve muitas vozes, desde logo a
do Jorge Falcato, do José Manuel Pureza e neste momento a minha.
Mas teve sobretudo a voz das pessoas com deficiência, das mulheres e homens que se juntaram para propor
respeito e dignidade onde existe desigualdade e exclusão. Essas vozes romperam a invisibilidade, construíram
proposta, foram à luta e impuseram ao Parlamento um debate que só peca por tardio. Nunca nos esquecemos
desta gente, porque é com eles o nosso compromisso.
No dia em que este processo parlamentar chega ao fim, no dia em que votamos a lei, vale a pena lembrar o
que respondeu cada partido ao apelo das pessoas com deficiência.
Sabem o que uniu PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal? Calaram-se, ficaram fora de jogo, não
apresentaram sequer qualquer proposta. No momento em que era necessária uma palavra clara na defesa das
pessoas com deficiência, foi o silêncio que uniu a direita.
O Partido Socialista, por sua vez, teve uma intervenção a dois tempos. Primeiro, recusou acompanhar a
proposta para que não houvesse sequer discussão na especialidade. Usava recorrentemente o argumento de
que a prioridade seria criar medidas de promoção de empregabilidade, ignorando o sofrimento de todas as
trabalhadoras e trabalhadores que com esforço físico e emocional contribuem diariamente para este País.
Depois, quando a proposta passou na generalidade, mesmo sem o voto do PS, tudo fez para limitar o alcance
da antecipação da reforma para as pessoas com deficiência.
Perante o silêncio da direita e o travão do PS, foi a esquerda quem respondeu sempre pelas pessoas com
deficiência. Ainda bem que o fizemos. Temos muito orgulho nesse caminho.
O Bloco propôs a antecipação da reforma para quem tem 60% de incapacidade e 55 anos de idade. Era uma
proposta justa, exequível, que permitiria respeitar, dignificar e ainda garantir condições para a vivência de um
tempo de reforma com dignidade em que seja reposta justiça por todos os obstáculos (físicos e atitudinais) que
estes trabalhadores e trabalhadoras enfrentam diariamente e que fazem com que as outras áreas da sua vida
fiquem severamente prejudicadas.
Partimos na passada quarta-feira para a discussão em sede de Comissão com um sentimento de vitória pela
cedência do PS, comprovando que é possível viabilizar a antecipação legal de reforma, sem qualquer tipo de
corte ou penalização. Partimos para a especialidade com a plena convicção que ainda poderíamos negociar a
viabilização de uma proposta que abraçasse todas as pessoas com deficiências legalmente relevantes e que
não deixaríamos ninguém para trás.
Apesar de todos os artigos da proposta do Bloco terem sido chumbados com os votos contra do PS e do
PSD, não desistimos e avocámos, levando novamente a discussão a Plenário, as alíneas da nossa proposta
que para nós são essenciais e inquestionáveis: reformas a partir dos 55 anos, com 60% ou mais de
incapacidade.
A proposta que este Parlamento aprovou, mesmo limitada pela intervenção do PS, garante justiça para
algumas pessoas. Cada pessoa com deficiência protegida nos seus direitos é uma vitória do País e foi por elas
que nos abstivemos na votação.