16 DE MARÇO DE 2022
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O Dr. António Costa não cumpriu o que prometeu aos portugueses e, enquanto afirmava o fim da
austeridade — que ouvimos também muitas vezes! —, cobrava mais impostos sobre os combustíveis.
O Governo socialista é o responsável pela brutal carga fiscal sobre os combustíveis! Repito: o Governo
socialista é o responsável pela brutal carga fiscal sobre os combustíveis!
Não há outra forma de o dizer, o Governo aproveitou sempre o aumento do preço do crude nos mercados
internacionais para aumentar a receita sobre os combustíveis e a verdade é que as contas do Estado estão a
ganhar dinheiro com o aumento do preço do petróleo.
O Orçamento do Estado está a alimentar-se das dificuldades dos portugueses!
Numa matéria tão importante para a vida dos portugueses, em que o rendimento disponível das famílias
fica muito mais reduzido quando enche um depósito de combustível, o que é que fez até agora o Governo? O
que é que fez até há uns dias atrás? Assobiou para o lado e foi deixando as famílias e as empresas numa
situação verdadeiramente insustentável! Insustentável, Sr. Ministro!
Porquê? Porque a sua escolha, a escolha de António Costa, a escolha do Governo foi sempre encaixar
mais impostos e nunca criar verdadeiras soluções que reduzissem a carga fiscal sobre os portugueses.
Esta foi uma opção clara do Governo socialista ao longo de seis anos, Governo que, infelizmente, para a
vida dos portugueses, continuará com a mesma receita. É o que esperamos do próximo Governo de certeza
absoluta.
Vamos ver então o exemplo da evolução do IVA dos combustíveis rodoviários: em 2021, o volume total de
IVA dos combustíveis rodoviários — gasóleo, gasolina 95 e 98 — atingiu 1400 milhões de euros. Em 2020, o
IVA dos combustíveis rodoviários foi de 1159 milhões de euros.
O Tesouro teve aqui um ganho de 242 milhões de euros e aqui o que é mesmo mais importante
percebermos nesta afirmação é que, destes 242 milhões de euros, 171 milhões é o efeito do aumento da
receita do IVA e nada tem que ver com a quantidade de combustível vendido.
Fica então muito claro o efeito fiscal no preço final! Foi esta a política do Governo socialista durante os seis
anos, Sr. Ministro.
Há uma conclusão que todos tirámos há muito tempo: a política fiscal em Portugal agravou mais o preço
final para além da subida do preço do petróleo nos mercados internacionais! Não é uma política fiscal neutra,
nunca o foi, é uma política fiscal para agravar a vida dos portugueses e aumentar a carga fiscal sobre as
pessoas. Isto significa, com muita clareza, que a política fiscal do Governo socialista em Portugal agravou o
preço dos combustíveis e permitiu ao Governo mais receitas para o Estado.
Como sempre dissemos e reafirmamos, Sr. Ministro, há aqui uma escolha política. O Governo considera
que, apesar da subida brutal do preço do petróleo, faz sentido meter mais impostos em cima dos que lá
estavam. Foi esta a política que seguiram, não vale a pena agora vir, numa circunstância excecional, como a
que estamos a viver, escamotear a essência da política fiscal do Governo ao longo de seis anos.
É verdade, também, que hoje estamos a sofrer um agravamento do preço dos combustíveis que está agora
suportado na crise provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia de Putin. Isso é verdade, mas hoje
estamos a falar também sobre as escolhas políticas do Governo que pioraram a vida dos portugueses. Mais
de metade do preço do gasóleo e da gasolina são impostos. Esta também é uma verdade que todos sabemos.
O PSD defendeu sempre que o Governo cumprisse a sua promessa de redução do ISP quando ocorresse
a subida do preço do petróleo como prometido pelo Governo socialista. O que é que fez o Governo? Nada,
rigorosamente nada!
O PSD, de forma responsável, defende que o Estado não pode ser o grande beneficiário do aumento do
preço dos combustíveis como tem acontecido. O Estado não pode ser esse beneficiário, Sr. Ministro.
Que Governo é este que tem tido como objetivo encaixar mais impostos com as dificuldades dos
portugueses? Como é que é possível termos um Governo — felizmente este vai acabar, mas vem outro
parecido, é uma infelicidade! — que, perante um crescimento galopante no preço da gasolina e do gasóleo,
não tenha tido ao longo dos anos soluções para reduzir o custo que os portugueses pagam quando têm de
abastecer os automóveis?
Sr. Ministro do Ambiente, considera que as medidas anunciadas ontem, e as medidas agora referidas, têm
efeitos imediatos nos bolsos dos portugueses? Têm efeitos positivos que melhoram claramente a vida das
pessoas e vão mesmo evitar que haja aqui um confisco sobre o rendimento das pessoas?